Ricardo Sá Pinto considera que a «pontinha de sorte» que acompanhou a Selecção Nacional na era de Scolari não tem aparecido sob o comando de Carlos Queiroz, mas acredita que ainda é possível Portugal virar o jogo e conseguir a ambicionada qualificação para o Mundial-2010.
«Não temos tido muita sorte. Infelizmente, penso que fizemos um bom jogo [frente à Suécia], tentamos tudo para poder ganhar, mas não conseguimos concretizar pelo menos duas boas ocasiões que tivemos. Normalmente, com o treinador Luiz Felipe Scolari, tínhamos essa pontinha de sorte que o professor Queiroz não tem. Não criámos muitas oportunidades, mas às vezes duas ou mesmo uma chega. Se não conseguimos concretizar as oportunidades, dificilmente ganhamos», começou por destcar à margem da cerimónia que assinalou o início de um curso de formação para dirigentes desportivos.
O antigo jogador do Sporting considera que a selecção tem qualidade, mas defende que nestas alturas de aperto os jogadores têm de dar o dobro ou triplo do que normalmente seria preciso. «Estamos numa altura necessitada, sabemos que não podemos falhar e temos de ganhar os jogos. As coisas às vezes acontecem de uma forma natural, mas nestas alturas temos de fazer o dobro ou o triplo para conseguirmos um golo que seja», destacou.
Apesar das contas difíceis depois do empate com a Suécia, Sá Pinto continua a acreditar na qualificação para a fase final do Campeonato do Mundo. «Enquanto houver hipótese e for matematicamente possível, claro que acredito. Eu acredito no nosso valor, mas é preciso sorte nas oportunidades que temos criado. Um bocadinho mais de calma. Esta qualificação também não está a correr como merecíamos», prosseguiu.
«Vai aparecer com certeza alguém» para suceder a Soares Franco
O antigo avançado iniciou esta terça-feira um curso de formação para Direcção Desportiva, com a perspectiva de «criar ferramentas para o futuro», não só em termos académicos, mas também em termos desportivos, para poder continuar a ajudar o clube de Alvalade onde já desempenha funções de relações públicas. «Em termos desportivos tenho um compromisso com o Sporting. Claro que tenho objectivos em termos de futuro, mas é preciso que haja condições. Neste momento não foram criadas oportunidades que considere sustentáveis para poder abraçar um projecto válido», comentou.
O facto de não haver ainda candidatos para a sucessão de Filipe Soares Franco na presidência do Sporting não preocupa o antigo símbolo do clube. «Devido à grande responsabilidade que ainda temos, a equipa profissional pode ainda lutar pelo título e ganhá-lo, temos de dar-lhes a tranquilidade necessária. É difícil gerir uma situações destas. Compreendo que toda a gente diga que é importante haver uma referência, mas se calhar as opções não apareceram pela estabilidade da equipa», defendeu.
O mais importante para Sá Pinto, nesta altura, é apoiar a equipa de futebol. «Penso que o Sporting vai ter um futuro bom, tem pessoas que gostam do Sporting e que estão disponíveis para o Sporting. Se não houvesse é que me preocupava. Vai aparecer com certeza alguém. O presidente já disse que não se candidatava e como tal temos de aceitar a posição dele. O mais importante é concentrarmo-nos na nossa equipa que ainda tem oportunidade de conquistar o título. Vai haver tempo para se construir, com cabeça, tronco e membros, uma boa direcção para o Sporting», acrescentou.