Ricardo Sá Pinto acredita que o jogo desta quinta-feira frente aos dinamarqueses do Horsens, no «play-off» da Liga Europa, possa dar ao Sporting o «clique» que falta à equipa. O treinador garante que o problema neste início de época não está no meio-campo e que a equipa precisa apenas de «afinar» os movimentos no último terço do terreno.
«O ano passado éramos criticados por jogarmos com um bloco médio/baixo, este ano foi pedido que o Sporting jogasse à Sporting, fosse mais dominador, mais ofensivo e quero respeitar isso, todos queremos isso. Queremos ser superiores e fundamentalmente ganhar. Estamos a falar fundamentalmente no resultado. Se num determinado momento a bola não entra, é normal que as criticas apareçam. Tenho excelentes soluções no plantel para variadíssimas posições. Trabalhamos em determinadas estruturas. Não somos levianos para hoje jogarmos assim e amanhã jogarmos assado», destacou.
O treinador vai, assim, insistir o modelo com dois médios mais recuados e está convicto que o único problema é apenas o resultado. «Quando falam em dois médios defensivos, para mim não são dois médios defensivos. O que temos de avaliar e constatar é o resultado, porque uma equipa como o Sporting vive de resultados. Sou o primeiro a ficar triste. É o meu clube, tenho essa dupla responsabilidade. Quero o melhor para o Sporting. Sinto que a equipa está envolvida, gosta da forma como está jogar, apenas falta o resultado», referiu.
Contra o Rio Ave, no primeiro jogo oficial em casa, os leões nãp só não venceram, como acabaram por perder. «Gosto que a equipa esteja compacta em todos os momentos, sem perder a objetividade daquilo que queremos. Agora frente a um adversário que faz o primeiro remate aos 32 minutos, quando já tínhamos feito seis, e faz o segundo aos 42 e faz golo... Fomos muito penalizados. Se analisarmos friamente, sem clubismos, temos de estar tristes sem os resultados. Há espaço para evoluir? Há. Vamos continuar a trabalhar para sermos mais fortes. O jogo de amanhã será muito importante para a equipa, para ganhar estabilidade emocional e evoluir ainda mais», comentou.
Para o treinador, a equipa está a jogar bem em todos os setores e precisa apenas de afinar a estratégia no último terço do terreno. «Desde a fase de construção, preparação e finalização, a equipa tem estado bem. A equipa tem chegado com relativa facilidade à frente, diante de adversários compactos. No último terço, mais paciência, mais discernimento, irão favorecer a equipa. Os jogadores estão a trabalhar essa situação. Estamos atentos e sabemos que equipas vamos apanhar. Não é por falta de conhecimento, de treino ou de preparação que não está a acontecer. Acredito que esse clique pode acontecer amanhã», destacou.
Mesmo frente Horsens, no primeiro jogo, na Dinamarca, os leões sofreram primeiro e sentiram muitas dificuldades para chegar ao empate. «É uma equipa combativa, que trabalhou imenso contra nós, correram imenso, lutaram muito e tiveram a felicidade no jogo naquele momento da transição ofensiva. A lição é só uma. As oportunidades que criarmos temos de as aproveitar. Só desta forma se podem ganhar jogos. Apesar de estarmos por cima da eliminatória, o resultado favorece-nos, mas ao Sporting só a vitória interessa», insistiu.
O jogo desta quinta-feira podia, de facto, colocar os leões nos carris, mas a verdade é que, com o jogo da 3ª jornada adiado para dia 16 de setembro, Sá Pinto não vai poder rentabilizar um eventual bom resultado. «Preferia estar a competir. Esta fase é importante, estamos a começar a época. Os jogadores estão à procura de chegar ao máximo das suas faculdades, preferia continuar a competir», comentou ainda o treinador.