As alegações finais do julgamento do processo de agressão ao árbitro Pedro Proença por um adepto do Benfica foram adiadas para a próxima segunda-feira, a pedido do Ministério Público.

Esta quarta-feira foi dia de ouvir testemunhas no 5.º Juízo Criminal de Lisboa, tendo por exemplo o dentista que tratou de Pedro Proença depois da cabeçada de Américo Alves revelado que interrompeu as férias de agosto para cuidar do árbitro e confirmado o muito mal estar da boca.

Jorge Brazão Gomes, o dentista, referiu que o tratamento teve várias fases, envolveu «um implante» e «à volta do implante houve perdas de osso e de gengiva, que estão agora a ser regeneradas. «Vão ser necessárias várias fases até repor todo o osso que se perdeu», acrescentou.

Já a advogada Sónia Carneiro revelou que o tratamento custou até agora cerca de seis mil euros.

Américo Alves, por outro lado, confirmou a agressão, mas negou que tenha sido gratuita: diz que aconteceu em legítima defesa. Dois amigos do adepto do Benfica, ambos do Sporting, curiosamente, defenderam esta tese.

«De agressividade, nunca me apercebi de nada e, como amigo, o Américo é daqueles que dá a camisola», sublinhou o amigo Luís Pereira citado pela Agência Lusa, ele que conhece o arguido «há seis ou sete anos» e nunca ouviu falar de qualquer situação semelhante.

Já o outro amigo, Nuno Janeiro, reconheceu que o arguido é tratado por «boi» pelos amigos, mas unicamente «porque é um homem de força». Acrescentou ainda que ele tem um irmão com deficiência e um pai com problemas de saúde, sendo o único sustento da família.

Após a audição das testemunhas, o Ministério Público pediu o adiamento das alegações finais, que foram agendadas para dia 3 de março, às 14:45, no Campus da Justiça, em Lisboa.