Jakob Poulsen, diz-lhe alguma coisa? É provável que não. Pelo menos até este sábado. Como o Maisfutebol não é ingrato, apresenta-lhe aquele que ameaça tornar-se o dinamarquês mais querido dos portugueses. Em jeito de sentida homenagem.
Antes de mais, importa dizer que foi o responsável por um remate de fora da área aos 78 minutos que bateu a Suécia e abriu as portas do Mundial 2010 à Selecção Nacional. Portugal só depende de si mesmo, a partir de agora. Muito por causa do Poulsen.
Ora Jakob Poulsen é um médio, conta com 26 anos e joga no modesto Aarhus (clube da primeira divisão da Dinamarca). Não tem nada a ver com Christian Poulsen, o médio da Juventus, portanto. Há menos de um ano nem sequer era internacional.
O céu em apenas dez meses...
Foi apenas em Janeiro de 2009 que o jogador conseguiu abrir as portas da selecção. Aconteceu durante uma viagem à Tailândia que era uma espécie de estágio de observação limitado a jogadores do campeonato dinamarquês. Jakob Poulsen causou tão boa impressão que em Fevereiro foi convocado para um amigável com a Grécia.
Tornou-se então o primeiro internacional do Aarhus, em mais de doze anos. Entrou aos 60 minutos e jogou a lateral-direito. A partir daí foi sempre a subir: estreou-se em jogos oficiais com a Albânia, fez o primeiro jogo completo frente à Suécia e foi considerado o melhor em campo no amigável com o Chile.
Em menos de seis meses passou de não convocado a titular da selecção. O valor do passe disparou e Jakob Poulsen foi avaliado em 1,5 milhões de euros. O que não foi suficiente para o Aarhus permitir a sua saída no último mercado de verão.
... e um golo para a história
Para trás ficou a formação no Nasbjerg, um pequeno clube da natal Varde (uma cidade de 13 mil habitantes no oeste da Dinamarca). Com 16 anos mudou-se para o Esbjerg, 13 quilómetros ali ao lado, onde completou a formação e fez a estreia na primeira divisão com 19 anos.
Após quatro temporadas deu o salto para a Holanda e para o Heerenveen. Cumpriu duas épocas na liga holandesa, fez 63 jogos e marcou três golos. No início da terceira época, porém, foi dispensado e acabou por regressar à Dinamarca: Para assinar contrato por quatro anos com o modesto Aarhus.
No futebol dinamarquês voltou a esconder-se do mediatismo europeu. O golo que marcou neste sábado, porém, um golo que colocou a Dinamarca no Mundial e abriu as portas do play-off a Portugal, promete trazê-lo de novo para a ribalta. Ainda bem.