Saída de Pongolle abriu porta a «Ibra», o feiticeiro do At. Madrid

Entrou a dois minutos do fim para o lugar de Paulo Assunção e nos descontos evitou a derrota do At. Madrid. Trata-se de Ibrahima Baldé, de 20 anos, avançado senegalês que chegou ao clube no Verão passado, oriundo do Vélez Sársfield, da Argentina. Sem tempo para feitiçaria, como já aconteceu no passado, marcou o golo do empate no último domingo, frente ao Saragoça. E logo na semana em que renovou o contrato que terminava em Junho até 2013.
«Uma vez queria marcar um golo num jogo, no Senegal, muito importante para mim. Fui ter com um feiticeiro e ele deu-me a solução. Pediu-me um cêntimo, ferveu-o em água invocando os espíritos e devolveu-mo. Antes do jogo, embrulhei a moeda à volta do pulso e quando estava perto da baliza tirei a ligadura e atirei a moeda, tal como me tinha dito. Se funcionou? Na jogada seguinte marquei!», lembrou o jovem atacante, que assinou o empate aos 92 minutos, quando estava a apenas quatro em campo.
«Que ordens me deu Quique Flores? Não sei... Estava tão nervoso que o que queria era entrar e tentar marcar», recordou também.
Habituado a ser suplente - foi titular em dois de oito jogos disputados na liga espanhola, num total de 178 minutos -, «Ibra», como é conhecido, foi chamado à equipa principal em Janeiro, face à saída de Pongolle para o Sporting e para compensar algumas baixas por lesão no plantel.
«Leva o trabalho muito a sério. Se não o trazem ao treino de carro, vem de autocarro», dizem os empregados da cidade desportiva de Majadahonda, em conversa com o El País. «O nome do meu motorista? Autocarros Llorente, 1,55€ o bilhete», riu-se o avançado.
No Atlético diz jogar sem pressão, até porque o passado foi uma dura lição. «Tinha de fugir a chuva de pedras nos campeonatos da minha terra, perto de Dakar. Por isso, se alguma vez me assobiarem, não me afectará», garantiu.
Quique Flores também não poupa elogios ao senegalês, lamentando apenas um problema burocrático que impediu a sua inscrição na Liga Europa. «A sua forma de jogar exige estar a 100 por cento fisicamente, porque tem um grande desgaste: corre muito, pressiona os adversários, recebe bem as bolas altas¿ Estamos muito satisfeitos com ele», assumiu.