Em longa entrevista publicada pelo jornal Record neste domingo, Andreas Samaris recorda o desentendimento com Fábio Coentrão no último Rio Ave-Benfica.

«O comportamento dele não foi uma surpresa para mim. Houve um passado, provocou-me várias vezes, ao intervalo disse umas coisas que não posso dizer publicamente. Desrespeitou, com palavras, o clube, e é uma coisa que eu não aceito, e conhecendo os meus colegas ninguém aceita isso», refere o internacional grego do Benfica, defendendo que «todos os jogadores que têm um passado no Benfica têm de o respeitar».

A dada altura Samaris deixou mesmo Coentrão de mão estendida e Coentrão baixou-lhe os calções, junto à bandeirola de canto. 

«Como não tenho respeito por aquilo que ele fez, achei que não devia dar-lhe a mão. Não estou a dizer que a minha atitude tenha sido correta, mas é a minha verdade, e foi o que senti na altura», justifica o grego.

Samaris afirma ainda que, dos quatro títulos conquistados pelo Benfica, «o deste ano é o que descreve tudo». 

Relativamente à entrada de Bruno Lage, o médio considera que o plantel sentiu «uma atmosfera totalmente diferente», na medida em que o técnico procurou retirar pressão ao grupo, embora falando sempre da responsabilidade de jogar de águia ao peito.

Samaris revela que só falou uma vez com Rui Vitória sobre a falta de oportunidades na primeira metade da época, mas que não conseguiu compreender as razões do técnico, embora faça questão de dizer que nunca se sentiu desrespeitado.

O médio conquistou depois a titularidade com Bruno Lage e acabou por renovar contrato, mas a dada altura parecia inevitável a sua saída no final da época.

Questionado se tinha sido sondado por FC Porto ou Sporting, Samaris responde que não, e garante que tal seria impossível: «Podia fazer-me a pergunta se não tivesse renovado. Tenho o meu passado no Benfica, vivi momentos que não quero apagar da minha memória, nem quero vivê-lo noutro clube em Portugal.»