Manuel Cajuda não esquece o Sp. Braga, uma equipa que estará para sempre associada ao técnico português, até porque, nos últimos 15 anos, orientou-a em oito. A equipa minhoto tem crescido a olhos vistos no panorama futebolístico português e Cajuda revelou que ele próprio recebeu mensagens de parabéns pela campanha europeia do clube, na última temporada.

«Muitas pessoas, através das redes sociais mandavam-me mensagens e agradecimentos por eu ser o pai do Braga e eu a todos dizia que era uma injustiça ao Domingos, ao presidente António Salvador e aos jogadores e a todos aqueles que fizeram o Braga progredir. Ajudei a partir muita pedra para se construir um passeio em calçada moderna para os outros poderem depois passear, e com uma situação muito bonita: ninguém estragou o trabalho feito e todos o melhoraram», afirmou o técnico que orientava o Al Sharjah, da Arábia Saudita, em conferência de imprensa.

O treinador considera que Mesquita Machado, presidente da Câmara Municipal de Braga, António Salvador, presidente do clube, e os técnicos Jesualdo Ferreira e Domingos Paciência têm grande parte do mérito do Sp. Braga actual. E Jorge Jesus? «Se não teve tempo para fazer mais, teve a inteligência necessária para não destruir», afirmou.

Contudo, para Cajuda, o grande obreiro foi mesmo Domingos: «Se um dia construírem uma estátua em Braga eu vou lá ajudar a fazer uma pedrinha. Teve a particularidade de melhorar tudo aquilo que foi feito.»

«Vivi a carreira do Braga de uma forma fascinante e, sem ser anti-portista, porque reconheço que o F C Porto foi o melhor nos últimos 20 anos, desejei muito que o Braga pudesse ganhar a final da Liga Europa. Porque, há 12 ou 13 anos, quando dizia que queria que o Braga fosse dos melhores clubes portugueses, transformando-o numa espécie de Valência ou Corunha do futebol espanhol, que não ganhando títulos intrometia-se nessa luta até às última jornadas, chamaram-me lírico, doido, algarvio chalado e afinal eu tinha razão. E quando se tem razão passados vinte anos temos uma sensação de conforto e de paz interior», assumiu.