Os clubes da Superliga podem ser em breve investigados pela Segurança Social, depois de uma inspecção aos da II Liga e dos campeonatos não profissionais ter revelado irregularidades em 92 por cento das instituições visadas.
O ministro da Segurança Social, Família e Criança, Fernando Negrão, revelou esta quarta-feira que «está em estudo a possibilidade» de alargar a investigação à Superliga.
A primeira acção nacional da inspecção da Segurança Social aos clubes de futebol, realizada entre Março e Junho de 2003, detectou irregularidades em 97 dos 106 clubes da II Liga, II Divisão B e III Divisão investigados, apurando um total de cinco milhões de euros em dívida.
O Instituto da Segurança Social (ISS), segundo dados revelados pelo Jornal de Negócios, detectou irregularidades que vão desde a não inclusão dos trabalhadores, na maioria jogadores, nas declarações de remunerações, à subdeclaração de salários. Houve mesmo caso de jogadores que recebiam prestações sociais, como subsídio de desemprego (65 pessoas), de doença (22) ou ainda rendimento mínimo garantido (3).
As contribuições em falta por parte dos clubes representarão, segundo o Jornal de Negócios, 27 por cento das dívidas totais apuradas em acções de fiscalização destinadas a entidades patronais em 2003, que envolveram cinco mil empresas.