Vítor Félix, presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), apontou o dedo às «mais altas figuras do Estado» pela «monocultura desportiva» do país em torno do futebol, dando como exemplo a nova receção à seleção feminina pelo presidente da República depois da eliminação no Campeonato do Mundo.

«Este tipo de comportamento permite afirmar que são as mais altas figuras do Estado que promovem e fomentam a monocultura desportiva. (…) Esta receção já tinha sido feita no momento do apuramento, e volta a ser repetida sem que nenhum resultado desportivo tenha sido alcançado», apontou o dirigente, em mensagem escrita nas redes sociais.

O máximo representante da canoagem enalteceu o trabalho da formação liderada pelo «amigo» Francisco Neto, deu os «parabéns» à equipa e à federação, contudo disse não compreender a diferença de tratamento para com desportistas com igual empenho e até desempenhos mais significativos, como pódios em importantes provas internacionais.

«Não se trata de inveja ou carpideira, não é ciúme ou ladainha, trata-se de exigir semelhante reconhecimento ao mérito de atletas ou equipas nacionais que representam o nosso país a um nível bastante elevado e fazem ouvir o hino nacional numa qualquer instalação desportiva», vincou.

Para ilustrar o seu inconformismo, o dirigente exemplificou com o feito de Diogo Ribeiro, vice-campeão do mundo de natação, o título mundial júnior de triatlo de João Batista, a seleção de hóquei patins que foi vice-campeã da Europa e mais resultados em diversas modalidades, incluindo as 16 medalhas da missão de Portugal aos Jogos Europeus Cracóvia2023, bem como os sucessivos pódios que a sua canoagem tem conquistado ao longo da última década.

Neste tratamento diferenciado, Vítor Félix iliba os desportistas, enaltecendo o «orgulho» que a seleção de futebol feminina instigou aos portugueses, augurando-lhes um «futuro promissor».