Fernando Gomes chamou os jornalistas à sede da Federação para explicar em detalhes os números do relatório e contas que vai levar a aprovação da Asssembleia-Geral. Pelo quarto ano consecutivo, a Federação apresentou lucro no balanço anual.
 
Desta vez, na época 2014/15, o lucro foi de 435,9 mil euros, inferior aos anos de fases finais (2,68 milhões em 2011/12, com Europeu, e 1,29 milhões em 2013/14, com Mundial), mas ainda assim superiores a 2012/13, também sem fases finais: 19,8 mil euros.


 
Estes números já tinham sido revelados na quinta-feira e interessa por isso destacar que, nas palavras de Fernando Gomes, grande parte do lucro se deve à seleção principal.
 
O presidente da Federação revelou que a Seleção AA rende no mínimo 24 milhões de euros por ano, entre prémios de participação em jogos e competição, mais direitos de transmissão televisivas e patrocínios. Este número cresce em épocas de fases finais, claro.
 
Só para se ter uma ideia, basta dizer que, na última época, a seleção principal custou 3,6 milhões de euros, o que significa que deu um lucro superior a 20 milhões de euros.
 
O somatório de todas as seleções, de resto, custou 8,9 milhões de euros, o que significa que a seleção principal custou 41 por cento do bolo, mas o lucro que deu é bem superior.
 
Para a próxima época, que inclui a presença no Euro 2016, a Federação prevê gastar com a seleção principal 10,1 milhões de euros.
 
No entanto, e se atingir o objetivo mínimo que passa pelo apuramento para os oitavos de final, os gastos de toda a época ficam pagos com os prémios de jogo da UEFA: 8 milhões pela presença na fase de grupos, 1,5 milhões pela passagem aos oitavos e 1 milhão com uma vitória (no mínimo). Apenas com estes prémios, já arrecadou 10,5 milhões.
 
A Federação, no orçamento para a próxima época, prevê gastar com todas as seleções um total de 18,8 milhões de euros. Ora este valor até pode ser coberto apenas com os prémios da UEFA, se a seleção principal repetir, por exemplo, as meias-finais do Euro 2012.


 
Isto sem contar com as receitas de transmissões televisivas, publicidade e patrocínios, apoios da FIFA, UEFA e Estado e receitas com jogos particulares, por exemplo.
 
Ora por aqui já se vê como a seleção principal se tornou o motor da atividade da Federação Portuguesa de Futebol, o que permitiu a esta investir no desenvolvimento do futebol.
 
O presidente da Federação destacou, por exemplo, que o jogo no Gabão em 2012 permitiu arrecadar 800 mil euros de prémio de participação e que o jogo particular na última época com Itália, na Suíça, permitiu ainda mais: entre 900 mil e um milhão de euros.
 
Tudo isso encaminha as análises para um factor: a valorização da marca Seleção Nacional. Uma valorização que o dirigente reconhece ter sido uma preocupação da Federação, estando para isso a trabalhar com consultores externos para o efeito.
 
Para alimentar a máquina, é preciso continuar a otimizar as seleções e o futebol de base.
 
Fernando Gomes destacou, nesse sentido, que «a missão da Federação é desenvolver o futebol, mas esta missão precisa de recursos».
 
Nesse sentido, o presidente da Federação revelou que existe nesta altura 163 mil praticantes de futebol em Portugal, o que significa 1,6 praticantes por cada mil habitantes. Um número ainda baixo, sobretudo quando comparado com países como a Holanda (4,2 praticantes por cada mil habitantes) e Bélgica (4,3 praticante por cada mil habitantes).
 
Fernando Gomes quer continuar a investir no aumento deste número, portanto.