Herói da conquista do título europeu por Portugal, Éder vive agora, um ano depois, um momento bem menos feliz na carreira. O avançado acabou por não integrar a convocatória para a Taça das Confederações e não entra nos planos do novo treinador do Lille, o argentino Marcelo Bielsa.

Fernando Santos diz que a situação do jogador o deixa afetado, e espera que a mesma se altere em breve.

«Não há ninguém que não esteja agradecido ao Éder pelo golo. Vocês sabem a relação próxima que eu tenho com os jogadores, e quando eles não estão no seu melhor isso – e não falo apenas do Éder -, isso toca-me muito. Quero o melhor para eles, o mesmo que quero para os meus filhos», começou por dizer o selecionador.

«Neste momento não faz parte da equipa [do Lille], ao que parece está colocado à parte. Deixa-me triste. Espero que a situação rapidamente mude, e terei essa conversa com ele», acrescentou.

Em conversa com os jornalistas um ano (e um dia) depois da conquista do título europeu, Fernando Santos recordou a convicção de Éder quando entrou: «Estava a explicar-lhe o que ele tinha de fazer e ele não ouvia nada. Só dizia para eu ficar descansado que ia marcar.»

E quando o avançado rodou sobre Koscielny, ainda fora da área, Fernando Santos desejou um remate ou imaginou outra opção?

«Muitas vezes, no banco, sou mais adepto do que treinador», assumiu. «Uma vez comentei um Portugal-Alemanha na televisão, e nos últimos quinze minutos, com Portugal a perder 3-2, deixei de comentar. Só dizia “passa” e “cruza”. Depois fui criticado por não ter comentado o jogo. Claro que não estava a comentar, queria é que a bola entrasse», contou a sorrir.

«Uma vez, quando treinava o Estrela da Amadora, fomos à Madeira jogar com o União, e se perdêssemos ficávamos despachados. Perto do fim meti o João Peixe e pedi-lhe para segurar a bola na frente. A um ou dois minutos do fim ele começa a arrancar em direção à baliza e eu só lhe dizia para parar, mas ele acabou por marcar um grande golo.»