17 anos depois, aquele Portugal-Inglaterra dos quartos de final do Euro 2004 decidido nos penáltis continua a ser recordado por muitos que se cruzam com Hélder Postiga.

Tudo porque o antigo avançado de Sporting e FC Porto protagonizou um dos momentos da noite, ao bater David James com um penálti à panenka.

Depois do jogo, o Scolari disse-me que era a última vez que o fazia, caso contrário não voltava a representar a Seleção Nacional. Mas é daqueles momentos que nos marcam. Se fosse um penálti normal, não estávamos a falar disso hoje. Sempre me disseram que eu gostava de fazer as coisas mais difíceis», afirmou, em entrevista à TVI.

Postiga assume que esse jogo foi especial, assim como toda a competição, cujo anfitrião foi Portugal: «As pessoas na rua recordam-se quase sempre desse jogo com a Inglaterra, e da própria competição. Acho que foi marcante para todos os que estiveram presentes e para os que assistiram. Mudou um bocado o paradigma da Seleção para o público português. O Euro 2004 aproximou muito mais os portugueses da Seleção, hoje o primeiro clube é Portugal.»

«Foi um jogo especial pelo golo do empate e pelo penálti, mas também por ter sido o meu primeiro jogo numa grande competição. O sentimento que era passado da bancada, o entusiasmo dos jogadores, a conjuntura tática que o Scolari montou nos últimos minutos que aquilo era quase tudo para a frente e fé em Deus, e no final sorriu a vitória para nós, e acho que foi esse momento que nos impulsionou para acreditarmos no título.»

Portugal acabou por perder a final desse Euro com a Grécia, e Postiga assume que houve alguma confiança a mais. «Final perdida? A confiança era tanta… a questão da Grécia acho que é inexplicável. É um momento tristíssimo para nós, estivemos muito perto, mas se calhar tivemos alguma confiança exagerada e isso não ajudou.»

Para este ano, Hélder Postiga acredita numa vitória portuguesa, até porque defende que Fernando Santos tem excelentes opções: «Sou um crente por natureza. Olhamos para a Seleção Nacional e temos jogadores nos grandes clubes, isso dá-nos mais garantias de poder vencer. Antigamente víamos a Alemanha e a França com jogadores a jogarem nos melhores clubes da Europa, nós agora também. Tem um dos melhores do mundo, o Bruno Fernandes, o Rúben Dias, o Bernardo Silva… tem jogadores por todo o lado e isso tem de encher-nos de orgulho e crença.»