Fernando Santos ainda não digeriu por completo a ausência da final da Taça das Confederações, até por acreditar que Portugal tinha argumentos para bater a Alemanha, que acabou por conquistar a prova diante do Chile.

«Foi pena não termos jogado com a Alemanha. Acho que ganhávamos», afirmou o selecionador, nesta terça-feira.

«A Alemanha foi dominada nos dois jogos com o Chile. Sobretudo no primeiro, onde durante vinte ou trinta minutos nem sabia onde estava. Mas com o seu pragmatismo não cometeu erros, e o Chile cometeu», acrescentou.

O triunfo germânico, que Fernando Santos considera justo, serve também para defender a prestação de Portugal no Euro2016

«Não há nenhuma equipa que seja campeã da Europa ou do Mundo sem jogar bem. Mais ou menos espetacular, conheço muitas. Agora que não jogue bem...», reforçou o selecionador português, em conversa com os jornalistas para assinalar o primeiro aniversário da conquista de Paris.

Fernando Santos reiterou que a equipa das quinas «interiorizou muito bem» a filosofia que transmitiu: «eliminar o que era potencialmente forte no adversário e ter a humildade de reconhecer coisas positivas no adversário, fosse qual fosse o nome».

«Contra a Suíça [já no apuramento para o Mundial2018] e com a Hungria esquecemos uma parte. Fizemos bem a parte de colocar em campo nosso talento, mas esquecemo-nos que, do outro lado, estava um adversário doidinho por enganar-nos. Nos outros jogos não corremos esse risco. Procurámos ganhar, mas limitando os estragos. Este equilíbrio e balanço é importante que se mantenha. Sempre disse que Portugal não é a melhor equipa do mundo mas dificilmente, num jogo, alguém nos ganha. Entendendo isto, podíamos jogar olhos nos olhos com qualquer equipa e podíamos ser campeões. Se isto fosse invertido podíamos proporcionar espetáculos grandiosos mas se calhar Portugal ia ganhar o que ganhava antes», afirmou.

Vamos a contas...

O próximo objetivo da Seleção é voltar à Rússia para disputar o Mundial, e para isso é necessário ultrapassar a Suíça, que lidera o grupo.

«Vamos ter quatro jogos muito difíceis. Principalmente pelas deslocações e pelo calendário em si. Não propriamente o primeiro, mas o segundo. São três horas e meia de autocarro, de Barcelona para Andorra. Três dias depois jogamos com a Suíça», explicou Fernando Santos, lembrando ainda que o primeiro jogo será disputado a 31 de agosto, mesmo no final do mercado de transferências.

O selecionador não quer fiar-se num eventual deslize da Suíça nos outros jogos, e por isso aponta para quatro vitórias, incluindo na receção à atual líder do grupo.

«Acho muito difícil que a Suíça não ganhe os outros jogos. O jogo teoricamente mais difícil está ultrapassado, que foi na visita à Hungria, que então ainda estava embalada para lutar pelo apuramento. Prefiro pensar que temos de vencer os nossos jogos todos. É isso que tenho dito aos jogadores», reforçou.