Mas a realidade, cruel, é esta: a Alemanha é melhor. E não se pode ficar melindrado com a observação. Tem, isso sim, de se encurtar a distância para os jovens germânicos. Mas esse é um debate para lá do jogo. Na capital húngara, Portugal assustou verdadeiramente uma vez. O pé esquerdo de Rony Lopes quase empatava o jogo, mas uma perna germânica apareceu pelo caminho e segurou o título para os alemães.
Portugal confrontou-se com um adversário que era favorito. A Alemanha entrou determinada a justificar isso mesmo e num quarto de hora dominou por completo a partida. Mais rápida, mais forte, mais intensa. Enfim, bem acima do que os jogadores portugueses podiam fazer em campo. Talvez a tal experiência nas equipas principais, muito maior do lado germânico, tenha alguma coisa a ver com isso…
André Moreira defendeu um remate de Stendera e depois Selke atirou ao lado da baliza portuguesa. Portugal equilibrou um pouco depois disso, mas só surgiu na área uma vez, com Rafa a cruzar para as mãos de Schnitzler. Foi o melhor que a seleção fez num primeiro tempo em que sofreu o golo que determinou o vencedor.
Mukhtar respondeu a um cruzamento da direita para fazer o 1-0, numa altura em que os alemães já tinham acrescentado mais ocasiões à estatística. Aos 39 minutos, Portugal perdia.
Era necessário reagir, mas o adversário nunca deixou. Provavelmente, as pernas portuguesas também não. Portugal teve um prolongamento na meia-final do qual precisou de recuperar e pareceu cansado. Não é desculpa, é apenas mais um fator a ajudar à supremacia alemã.
No segundo tempo, ainda assim, Rony Lopes teve ocasião para empatar, quando aos 68 minutos Gelson Martins lhe cedeu a bola na área. Kimmich não deixou que a bola chegasse às redes, quando o guarda-redes Schnitzler já estava batido.
A técnica portuguesa não parece ficar atrás da alemã. Isso foi notório nalguns duelos individuais, mas o tal ritmo e intensidade germânicos sobrepuseram-se na partida e, há que dizê-lo, neste torneio. A Alemanha ainda acabou a desperdiçar mais ocasiões, enquanto Portugal lutava para agarrar o empate. Não surgiu e conforme as probabilidades indicavam, os alemães são campeões europeus de sub-19.
Portugal voltou a um palco grande numa competição júnior e isso é sempre de realçar. Os rapazes estão de parabéns pelo muito que fizeram. Mas a realidade crua e dura é que para se chegar [estes ou outros] ao nível alemão pode ainda faltar outro tanto. Uma boa notícia, porém: se foi vice-campeão, Portugal é, à partida, o mais bem posicionado, entre europeus, para o conseguir.
FICHA DE JOGO
Estádio Ferenc Szusza, em Budapeste
Árbitro: Estrada Fernandez (Espanha)
Árbitro: Estrada Fernandez (Espanha)
Resultado ao intervalo: 0-1
Portugal: André Moreira; Riquicho, Domingos Duarte, João Nunes, Rafa; Guzzo (Francisco Ramos, 59), Podstawski, Rony Lopes; Gelson Martins (Jorge Intima, 84), André Silva, Ivo Rodrigues (Romário Baldé, 66).
Suplentes não utilizados: Tiago Sá, Rebocho, Jordan, Palhinha.
Alemanha: Schnitzler, Akpoguma, Stark, Kempf, Holthaus; Oztunali, Klimmich; Brand, Stendera (Lohkemper, 84'), Mukthar; Selke.
Suplentes não utilizados: Gersbeck, Itter, Lohkemper, Syrhe, Trumner, Friedrich, Stolze.
Portugal: André Moreira; Riquicho, Domingos Duarte, João Nunes, Rafa; Guzzo (Francisco Ramos, 59), Podstawski, Rony Lopes; Gelson Martins (Jorge Intima, 84), André Silva, Ivo Rodrigues (Romário Baldé, 66).
Suplentes não utilizados: Tiago Sá, Rebocho, Jordan, Palhinha.
Alemanha: Schnitzler, Akpoguma, Stark, Kempf, Holthaus; Oztunali, Klimmich; Brand, Stendera (Lohkemper, 84'), Mukthar; Selke.
Suplentes não utilizados: Gersbeck, Itter, Lohkemper, Syrhe, Trumner, Friedrich, Stolze.
Marcadores: 0-1 por Mukthar (39 min)
Disciplina: Kempf (74) e Holthaus (80)
Disciplina: Kempf (74) e Holthaus (80)