Portugal entra em campo nesta quarta-feira frente à Roménia para começar a discutir o Europeu de futsal. Na oitava presença consecutiva na fase final, a seleção nacional assume ambição de ir mais longe do que até aqui. Vontade de perder o «medo de fazer história», como disse Ricardinho, a grande figura da equipa, eleito melhor jogador do mundo nos últimos cinco anos.

Na antecipação do Europeu, que decorre na Eslovénia, Ricardinho falou sobre o que tem faltado à seleção.  «Temos qualidade, mas, às vezes, sentimos um pouco a pressão em campo. Parece que temos medo de fazer história. Com os jogadores jovens que estão a entrar, com a mente limpa, que não vêm de uma rotina de perder sempre nestas fases, sinto uma energia positiva e acho que podemos fazer algo muito bonito», disse o ala do Inter Movistar, em declarações à Lusa.

Na memória recente está ainda o Europeu de há dois anos, quando Portugal ficou pelos quartos de final. Longe das expectativas e também do melhor que já fez, o segundo lugar em 2010.

Essa medalha de prata foi ganha na última fase final antes da chegada de Jorge Braz, que assumiu o cargo de selecionador em julho de 2010 e vai para a sua sexta fase final. No Europeu, desde então, Portugal chegou aos quartos de final em 2012 e às meias-finais em 2014, antes dos quartos de final em 2016. No Mundial tem o quarto lugar de 2016, depois de ter ficado pelos quartos de final em 2012.

Jorge Braz defende a qualidade da equipa e aponta alto, já depois do estágio de preparação para o Europeu, onde a seleção fez dois jogos de preparação, frente a Tailândia e Marrocos, tendo empatado ambos: «Nos últimos europeus e mundiais estivemos nos momentos de decisão. Tem sido esse o nosso registo. Temos passado as fases de grupos, temos estado nos quartos e meias. Melhorar e subir mais um bocadinho implica chegar às medalhas», afirmou:  «Toda a gente sabe a cor da medalha que queremos. Claro que temos o sonho de sermos campeões da Europa. Nunca o fomos. Havendo uma pequena melhoria, por que não poderemos ambicionar isso?»

Portugal apurou-se para o Europeu vencendo os três jogos do seu grupo, o qual incluía por sinal a Roménia, que a Seleção Nacional venceu por 4-0 na última jornada. A Roménia viria depois a apurar-se ao afastar a Geórgia no play-off. A Ucrânia, a outra equipa do Grupo C, apurou-se também só com vitórias. Tem encontro marcado com Portugal para domingo, 4 de fevereiro, a fechar a primeira fase.

Nesta quarta-feira entra também em campo a Espanha, eterna favorita. A «Roja» é campeã em título e venceu sete das 10 edições do Europeu. Só houve mais dois vencedores até hoje: a Itália por duas vezes, em 2003 e 2014, e a Rússia, em 1999.

Portugal chega ao Europeu com Ricardinho como cabeça de cartaz, também o único dos 14 convocados a jogar no estrangeiro. Sporting e Benfica, ambos com quatro jogadores, são os clubes mais representados. Veja a convocatória de Portugal.

Por curiosidade, refira-se que a seleção romena tem um jogador português naturalizado: Paulo Ferreira, há muito radicado na Roménia. Também tem dois jogadores de origem brasileira. Há várias outras seleções com jogadores naturalizados, a maioria brasileiros. São ao todo 20, segundo contas do jornal «Marca». A Itália é a seleção com mais jogadores de origem brasileira, seis, seguida do Azerbaijão, com cinco. A Rússia, que começou a competição a empatar com a Polónia nesta terça-feira, tem quatro, incluindo Robinho, jogador do Benfica, e Esquerdinha, do Barcelona.

Veja o calendário e resultados do Europeu de futsal