A Seleção de sub-21 bateu a Noruega, no Estoril, por 3-1, no penúltimo jogo antes de ser anunciada a convocatória final para a fase final do Europeu da categoria que vai decorrer no próximo verão na Polónia. O selecionador tinha traçado como objetivo para este jogo uma maior solidez defensiva, depois da seleção ter consentido golos nos quatro jogos anteriores, mas uma distração num lance de bola parada não permitiu cumprir o objetivo a cem por cento. Ainda assim, ficaram boas indicações, num jogo frente a um adversário difícil, liderado pelo talentoso Martin Odegaard, disputado sob condições muito difíceis, com forte chuva ao longo dos noventa minutos.

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Portugal abriu, desde logo, o jogo a toda a largura, fazendo a bola circular, em boa velocidade, de uma ala à outra, num jogo envolvente, à procura de uma falha da defesa norueguesa para invadir a área e chegar à zona de finalização. Com os laterais a subirem pelas alas, Portugal conseguia uma clara superioridade no meio-campo, conseguindo, assim, uma elevada posse de bola, com Iuri Medeiros e Bruma a conseguir chegar com facilidade à linha de fundo. Bom ritmo, boa intensidade a marcar os primeiros minutos, num jogo que começou praticamente com uma oportunidade clara de Gonçalo Paciência.

A Noruega recuou perante a pressão portuguesa, mas acabou por conseguir equilibrar o jogo, a partir da meia-hora, quando Martin Odegaard, estrela do Real Madrid, com apenas dezoito anos, que está a jogar esta época, por empréstimo, no Heerenveen. O avançado fez vida difícil a Kevin Rodrigues, lateral de origem francesa, que se estreou esta tarde pelos sub-21, depois de uma primeira tentativa gorada devido ao atraso da documentação. Em poucos minutos, o jovem avançado norueguês deu nas vistas, primeiro com um remate às malhas laterais, depois com uma assistência para um remate perigoso de Ingebrigtsen.

Portugal, afinal, não estava a jogar sozinho. Os noruegueses, que ficaram muito perto da qualificação para a fase final do Europeu, adaptaram-se bem à intensa chuva que caía, e obrigaram à defesa portuguesa uma concentração total para evitar um dissabor. Com Francisco Ramos a comandar o miolo, Portugal voltou a crescer antes do intervalo. Rúben Semedo, na sequência de um canto de Ricardo Horta, esteve muito perto de abrir o marcador, e, já no último minuto, Gonçalo Paciência foi travado por Erlend Reitan, num lance que parece ser ainda fora da área, mas o árbitro, depois de consultar o auxiliar, apontou mesmo para a marca de grande penalidade. O avançado do Rio Ave abriu o marcador com um pontapé colocado, a meia altura. Uma primeira parte consistente, com a defesa a abanar um pouco com as investidas de Odegaard, mas a manter-se focada.

Só ficou a defesa para a segunda parte

Novo jogo na segunda parte, com Rui Jorge a mudar por inteiro o meio-campo e o ataque e a manter apenas em campo o guarda-redes e o quarteto defensivo, numa demonstração da qualidade deste grupo que, parente tantas alterações, conseguiu manter o controlo sobre o jogo e ainda aumentar o volume de remates à baliza norueguesa, com Rúben Neves a mostrar desde logo ao que vinha, com um remate do meio da rua que levantou as bancadas e deixou a trave a abanar. Portugal voltava a entrar forte, agora com Diogo Jota, Podence e Carlos Mané a abrir brechas na defesa norueguesa. O avançado do Estugarda também esteve muito perto de marcar, mas foi o companheiro Rúben Semedo que aumentou a vantagem, com uma cabeçada imparável, na sequência de um canto de Bruno Fernandes da direita.

A Noruega também fez cinco alterações ao intervalo e outras cinco poucos minutos depois e sentiu mais dificuldades em entrar no jogo. Ainda assim, a espaços, com um futebol direito, a equipa nórdica continuava a incomodar a defesa portuguesa que estava pressionada, pelo selecionador, a não consentir golos. Um objetivo que se esfumou ao minuto 77, na sequência de um livre lateral, com Thorsby a surgir solto na área e a cabecear para o golo. Rui Jorge, que entretanto, tinha trocado Fernando Fonseca por Rebocho, trocou também os restantes elementos da defesa para os minutos finais do jogo com chuva ainda mais intensa.

A Noruega ainda ameaçou o empate, num período de desnorte da defesa portuguesa, com destaque para um forte remate de Bjordal, com João Miguel Silva a responder com a defesa da noite. Mas a última palavra foi mesmo de Portugal, com Diogo Jota a fechar o resultado em 3-1, com um remate de cabeça, depois de um excelente trabalho do benfiquista João Carvalho.

O jogo acabou com um verdadeiro dilúvio a cair sobre o Estádio António Coimbra da Mota, mas, numa avaliação global, fica a imagem de um teste positivo, disputado em circunstâncias muito complicadas, com chuva forte e persistente, diante de um adversário de categoria que colocou muitas dificuldades à equipa de Rui Jorge que, na próxima terça-feira, tem novo teste, em Estugarda, frente à Alemanha.