André Silva
Uma primeira parte a sentir algumas dificuldades, também pela aposta dos seus companheiros numa maior contenção, mas a subir de rendimento no segundo tempo, mostrando a agressividade e mobilidade que o tornam um dos jogadores mais interessantes desta geração. Foi dessa atitude que resultou o 2-0, ao roubar a bola ao defesa rival, beneficiando depois de uma saída disparatada do guarda-redes Montero para ganhar o penálti. O segundo golo teve requintes de malvadez. Fantástico o cruzamento de Nuno Santos, mas brilhante, quase insultuoso, o cabeceamento em balão para o lado mais fechado da baliza. Quatro golos no Campeonato do Mundo e mais uma manifestação de enorme qualidade.

Nuno Santos
Teve a primeira oportunidade como titular e voltar a mostrar toque de Midas. Um livre direto fantástico, em potência, abriu o marcador logo aos três minutos, permitindo aos companheiros uma gestão controlada do resultado, e um centro fabuloso, quando Hélio Sousa o devolveu a ala onde se sente melhor, a esquerda, para o 3-0. No primeiro tempo, sentiu dificuldades pela direita, porque a dependência do pé canhoto o obrigou a fletir para dentro, desperdiçando o que tem de melhor: o cruzamento por alto. Dois golos e duas assistências no Mundial, é mais um a dizer presente para ajudar na rotação do plantel.

Guzzo e Francisco Ramos
Com Estrela a sentir mais dificuldades, sobretudo quando pressionado, Nuno Santos a sentir-se pouco confortável pela direita e Ivo Rodrigues em dia de menor fulgor, coube a Guzzo e Francisco Ramos levar a bola para a frente. O segundo foi o que chegou mais perto mais vezes da área contrária, como na jogada que valeu o livre do 1-0, e em outras semelhantes, ainda no primeiro tempo. Pena o cartão amarelo, que tira o médio portista dos oitavos de final.

João Nunes
Sempre enorme serenidade, como é pedido a um central. Aos 49 minutos, com a Colômbia a tentar forçar o ritmo para chegar ao empate, foi buscar Borré com um tackle fantástico, e quando muitos cafeteros já gritavam golo. Esteve no momento coletivo de descontração que valeu o golo colombiano, mas não é isso que borra uma exibição muito conseguida.

As estreias
Estrela deu luta a um meio-campo talentoso como o colombiano. Não lhe foi fácil por vezes sair com bola, mas cumpriu. Rebocho assinou um encontro muito regular, apesar da presença do irrequieto Otero pelo seu lado, e Nélson Monte sentiu dificuldades normais e comuns a um central adaptado a jogar num dos flancos. Esforçado.

Zapata e os outros «cafeteros»
Zapata foi o melhor dos colombianos. Não lhe falta talento, e tentou rumar contra a maré, não só com remates de longe como em bolas paradas. Excelente pé esquerdo. Quinõnes e Barrera mexeram com o jogo dos cafeteros, já Joao Rodríguez, que esteve emprestado na última época ao Vitória Setúbal, não esteve feliz.