Fernando Santos assumiu o objetivo assim que pegou no comando da seleção. Um objetivo que podia colocar os jogadores sob pressão, mas João Mário garante que estão todos focados no objetivo. «Temos um sonho, um sonho em que todo o grupo acredita que é possível. É um sonho, uma ambição, mas temos de pensar passo a passo. Temos primeiros de passar a fase de grupos. Tenho a certeza que vamos chegar bem ao primeiro jogo», atirou na conferência de imprensa que antecedeu o treino desta manhã na Cidade do Futebol.

Portugal é apontado como favorito num grupo que conta com a Islândia, Hungria e Áustria, mas João Mário torce o nariz ao conceito de favorito. «Podemos encarar isso de certa forma, mas no futebol moderno já não há equipa menos fortes. Temos dois primeiros classificados no nosso grupo e só isso devia servir de alerta. O primeiro jogo é com a Islândia, uma seleção muito forte que já deu provas. Sabemos o que Portugal representa na Europa, temos respeito por todas as seleções, mas sabemos aquilo que valemos», comentou.

Palavras mais cautelosas em relação às que ouvimos nos primeiros dias de trabalho, com todos os jogadores a alinharem pelas ambições apresentadas pelo selecionador. «Quando digo que não somos favoritos, falo do título europeu. Sabemos as nossas responsabilidades no grupo. É normal que existam boas seleções no nosso grupo, temos de as respeitar, mas pela história sim, Portugal pode ser favorito», explicou.

O primeiro jogo com a Islândia pode ser marcante se olharmos para a estreia de Portugal no último Mundial em que acabou goleado pela Alemanha (0-4). «Não devemos ter medo nem receio de nada. Sabemos que vão existir momentos menos bons e é nesses momentos em que teremos de ser uma família. Mas não temos medo de jogar com ninguém. É para isso que servem estes três jogos de preparação, para chegarmos aos primeiros jogos da melhor maneira», acrescentou.

Fernando Santos dá primazia ao 4x4x2, mas também pretende preparar uma alternativa em 4x3x3. «A primeira vez que joguei em 4x4x2 foi esta temporada no Sporting, quase toda a minha carreira joguei em 4x3x3, mas o que conta mais a dinâmica e o conhecimento dos jogadores têm entre si e as ideias do treinador. As dinâmicas que vamos criar são mais importantes do que os números. De certa maneira já me sinto à vontade a jogar no meio, na esquerda ou na direita», comentou.

Nesta primeira fase, os jogadores ainda não estão concentrados, estão em regime livre e, como nos clubes, depois dos treinos, têm a possibilidade de ir para casa e estar com a família. Para João Mário é positivo, mas pouco significativo. «Não nos tira a responsabilidade, sabemos quais são os nossos deveres enquanto selecionáveis. Não é por irmos a casa ou irmos para um hotel que muda alguma coisa, a responsabilidade tem de estar sempre presente», destacou ainda.