A convocatória de Renato Sanches para o Europeu de Sub-21, um ano após o título no Euro2016 pela seleção principal, foi uma das surpresas de Rui Jorge, mas o selecionador, em entrevista à Agência Lusa, garante a integração plena do médio.

Naquilo que poderia ser considerado um passo atrás na carreira do jovem jogador do Bayern, o treinador português defende que Renato Sanches soube superar a exclusão dos convocados de Portugal para a Taça das Confederações e que, por isso, foi admitido no lote dos sub-21, escalão em que nunca havia sequer jogado.

«Existia uma coisa que de alguma forma eu queria saber antes da convocatória: perceber até que ponto o Renato teria sabido ultrapassar uma decisão e encararia este espaço com a motivação que eu considero necessária para estar aqui. Percebi imediatamente que o Renato estava dentro dessas condições. Está neste espaço de corpo e alma e é mais um jogador deste grupo», disse.

Rui Jorge admitiu, também, que o internacional português, de 19 anos, preferia ter sido chamado para a competição que irá decorrer na Rússia e na qual Portugal fará a sua estreia, embora tenha aceitado a decisão do selecionador nacional, Fernando Santos. «A carreira de um jogador é feita disto também. Obviamente, ele preferiria ter sido chamado à equipa principal, como qualquer um que está aqui iria preferir, mas não foram as opções do selecionador e ele percebe perfeitamente», acrescentou.

Aliás, o desejo de muitos dos jovens às suas ordens quererem dar o salto para a seleção foi definido pelo técnico dos sub-21 como «perfeitamente normal». Contudo, Rui Jorge referiu que aproveitar todos os momentos de evolução será algo «mais inteligente» por parte dos jogadores. «Vão ser mais inteligentes e melhores jogadores quando perceberem que só lá vão chegar se aproveitarem todos os momentos de carreira. Que sonhem com o patamar máximo do nosso futebol, mas para lá chegarem têm de o provar em todos os momentos», frisou.

Em sentido inverso, a Taça das Confederações levou elementos que poderiam figurar agora no lote de eleitos dos sub-21, nomeadamente Gelson Martins, André Silva ou Bernardo Silva. Confrontado com uma possível restrição das suas escolhas, o selecionador vice-campeão europeu reconheceu a situação, mas desvalorizou o seu impacto. «Se falar em restringir por estarem jogadores desta idade no escalão acima, sim, mas isso não tem qualquer impacto na nossa tarefa. Se tivéssemos cá o Gelson, o Bernardo ou o André, três destes jogadores não estariam, mas esse é o processo natural. A prioridade será sempre a seleção principal. Se já estão no patamar maior, só temos de nos sentir satisfeitos», finalizou.

A estreia de Portugal no Campeonato da Europa está marcada para sábado, frente à Sérvia, em Bydgoszcz. A competição, que conta pela primeira vez com doze seleções, decorre entre os dias sexta-feira e 30 de junho, na Polónia.