Fernando Santos anunciou a convocatória para os jogos com Andorra e Ilhas Faroé, falou sobre a qualidade dos adversários e esclareceu o que quis dizer quando disse que Portugal ainda estava em modo «campeão europeu», após a derrota na Suíça.

«O que quis dizer foi que devíamos ter mantido o espírito do Europeu e não o modo campeão europeu. Aquilo que foi o espírito do Europeu em 50 dias essa é a marca registada para vencer, é isso que vamos continuar a fazer sempre, que é não perder nunca a ideia de qual foi a forma de conseguirmos atingir o objetivo a que nos tínhamos proposto e isso assentou em vários pilares. O que quis dizer é que entrámos em modo 'campeão da Europa', em modo de festa, desconcentração entre aspas, é isso que não pode voltar a acontecer», reiterou.

E deixou o aviso para o grupo que se reúne na próxima semana: «A partir de segunda feira temos que entrar em modo europeu e não em modo campeão europeu. Ou seja, estar ao nosso melhor nível, reforçar esses equilíbrios que tivemos quer na fase de apuramento quer na fase final e que levou a equipa a conquistar esses objetivos. Não esquecendo também que uma fase de apuramento é muito diferente da fase final. A fase de apuramento não se joga consecutivamente, não temos 50 dias, não temos uma equipa junta, o trabalho tático, técnico e estratégico e também o mental, de sintonia de todas as vontades numa fase de apuramento é mais complicado. Jogámos mês a mês, os jogadores não estão connosco, a seguir aos jogos regressam aos clubes, obviamente que aí têm de estar à disposição dos seus clubes e por muito que se queira os jogadores vão esquecer o que tínhamos, fazem um reset e nós temos que perceber isso. Quando aqui cheguei foi o que disse aos jogadores: nós temos um objetivo de estar no Mundial e para isso é preciso ganhar a qualificação e foi o que me propus também para o Euro, é o que vamos procurar fazer com a máxima concentração.»

Na análise aos adversários, o selecionador nacional alertou para o «facilitismo».

«Temos sempre a tendência para o facilitismo. Claro que somos favoritos, mas temos que o provar em campo para isso e só o vamos conseguir provar se tivermos total concentração em todos os momentos do jogo. Um primeiro adversário (Andorra) que joga sempre com 11 homens nos seus primeros 30 metros, dificilmente saem dali, equipa que bate bem, que se supera. E que se vai superar contra Portugal e isso gera um grau de dificuldade pela postura da equipa de Andorra, que vai bloquear todos os espaços. Vi alguns jogos deles, com País de Gales por exemplo, e tiveram dificuldades por isso mesmo. Gales era melhor, mas foi difícil encontrar o caminho certo porque é muita gente naquela zona, vai haver um aglomerado de 20 jogadores na zona. Temos que ser nós a desmontar isso e não tenho dúvidas que Portugal vai ganhar esse jogo, tenho essa convicção fortíssima. Se partirmos para o jogo a pensar que não tem dificuldade as coisas podem não correr muito bem.»

Sobre a deslocação às Ilhas Faroé explicou os vários obstáculos que o campeão europeu vai encontrar: «Temos um segundo jogo três dias depois, num campo sintético, numa equipa melhor que Andorra, com outras capacidades, perto na semelhança de jogo com a Islândia, muito bem organizada, não terá os mesmos jogadores mas uma equipa perto da Islândia. Isso gera sempre um grau de dificuldade. Depois como disse campo sintético, três dias depois... dificuldades a que vamos ter de estar atentos e se tivermos essa atenção, concentração e respeito que todas as equipas nos merecem, como sempre fizemos no apuramento para o Europeu, Portugal vai ganhar. Se nos descuidarmos podemos ter um dissabor. Não vai acontecer, confio em absoluto nos meus jogadores e vamos estar ao nível do apuramento para o Campeonato da Europa.»