Fernando Santos não está preocupado com as ausências de jogadores experientes como João Moutinho e Tiago no meio-campo da seleção nacional para os jogos com a França e Albânia. Sem avançar com qualquer indicação sobre o onze que vai entrar esta sexta-feira em campo, em Alvalade, o treinador considera que o mais importante é contar com um grupo unido e solidário e garante que, jogue quem jogar, Portugal «não vai tremer» diante da França.
 
«A seleção tem sempre pouco tempo de treinos. É assim, é a realidade que temos. A primeira vez que fui selecionador tive dificuldades, mas a partir de há alguns anos já tenho a noção exata da forma como as coisas se devem resolver. Procuramos, acima de tudo, ter os jogadores disponíveis, unidos e alegres. São jogadores de altíssimo nível, jogam em grandes campeonatos, o importante é conseguir uni-los, no espírito de equipa. Não temos de nos preocupar com quem vai jogar e quem não vai jogar. Ficaria preocupado se não dormisse, mas sei que quem jogar vai dar uma resposta cabal»m começou por explicar.

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Será forçosamente um meio-campo mais jovem, com João Mário, Adrien, André André ou Danilo, mas será sempre um meio-campo forte na perceção do selecionador. «Não tremeram com a Itália, nem com a Argentina. Não me parece que sejam jogadores que possam tremer. São jogadores que continuam a demonstrar a sua capacidade e temos miúdos que têm essa maturidade que é dada pelos jogos em que participam», comentou.
 
Adrien e João Mário, que jogam juntos no Sporting, serão à partida candidatos a titulares frente à França, pelas rotinas que têm acumulado. «Portugal tem a possibilidade de ter excelentes jogadores. Todo têm trabalhado de forma muito forte e todos querem jogar. Só vou poder jogar com onze e depois mais seis. Pela minha vontade jogavam todos. Vou ter de decidir em relação ao onze-base e quanto à forma como vamos abordar o jogo. Amanhã vou mostrar aquilo que penso. Posso juntar essa dupla do Sporting, mas também posso jogar com André André e Danilo que seria uma dupla do FC Porto», comentou.

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Um meio-campo com jogadores que jogam na liga portuguesa, frente a um meio-campo francês que conta com jogadores das equipas de topo das ligas europeias. «Estes jogadores estão preparados e tarimbados. Os jogadores que jogam a este nível passam por isto nas suas carreiras. Têm de saber reagir. Acredito e estou convencido que Portugal irá fazer um excelente jogo diante de uma equipa fortíssimas. São duas equipas de grande nível que irão defrontar-se. Não há uma questão e favoritos. O prognóstico será sempre difícil. Nós queremos ganhar, a França e os seus jogadores também têm dito isso. Quando ganhas é sempre melhor, mas se isso não acontecer também não virá mal ao mundo e a equipa estará preparada para a Albânia», prosseguiu.
 
Quanto à tática, Fernando Santos tem variado entre o 4x4x2 e o 4x3x3, mas o modelo será sempre o mesmo.
«O modelo é uma coisa, o sistema é outra. O modelo será o mesmo de sempre, quer seja com três ou quatro médios. O nosso perfil não vai ser alterado por nos posicionarmos de uma forma ou de outra. Não é importante se é 4x4x2 ou 4x3x3, mas sim o nosso ADN, procurando pressionar o mais alto possível e depois, em posse de bola, procurar finalizar. Quando estás numa equipa de clube, começas por ter uma base. Numa seleção, parece mais lógico que possas variar consoante o que esperas do jogo ou do adversário», referiu.
 
Nesse sentido, Fernando Santos antevê uma equipa determinada, com respeito, mas sem medo do adversário. «Portugal não tem de temer, tem de estar concentrado. Uma coisa é ter receio, outra é respeitar a França como grande adversário. Obviamente sabemos que a França tem um coletivo muito forte, com algumas características semelhantes às nossas. Pressionam alto, os laterais sobem muito. Vamos procurar eliminar o que é o grande poderio da seleção francesa e depois tentar explorar algumas das fraquezas que equipa francesa também tem», referiu ainda.

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