Mais de seis anos depois da primeira convocatória para a seleção nacional AA, José Sá prepara-se para a estreia, aos 30 anos.

Durante este período, foi a última opção para a baliza sempre que esteve entre o trio de guarda-redes convocados. Além de ter ficado atrás de nomes consolidados na equipa das Quinas como Rui Patrício, Anthony Lopes, Beto e Diogo Costa, também foi ultrapassado na hierarquia, em determinados momentos, por Cláudio Ramos e Rui Silva, ambos com uma internacionalização.

Natural de Braga, começou a formação no Palmeiras e uma temporada no Merelinense bastou para dar o salto para os juniores do Benfica. No Seixal também esteve apenas uma época, antes de se mudar para a Madeira, onde representou o Marítimo.

Guarda-redes da equipa B dos madeirenses, José Sá representou Portugal pela primeira vez nos sub-20, num jogo particular frente à Austrália (vitória por 4-1), em outubro de 2012.

O percurso nas camadas jovens portuguesas continuou e, no ano seguinte, foi chamado para o Mundial de sub-20 e para o Torneio de Toulon. De resto, foi em 2013/14 que começou a ganhar espaço na equipa A do Marítimo e chegou a ultrapassar a dezena de jogos pela formação principal dos verde-rubros.

Em 2013, também faz a estreia nos sub-21, pela mão de Rui Jorge. Este escalão, de resto, tem um significado especial para José Sá, pois foi aí que ganhou regularidade e viveu um dos pontos altos no percurso das seleções jovens, com a participação no Europeu de sub-21, onde Portugal caiu apenas na final, nos penáltis, diante da Suécia.

Depois desse torneio, voltou ao Norte de Portugal, desta feita para juntar-se ao FC Porto e competir com Iker Casillas pela baliza dos dragões. Foi sempre visto como segunda opção, até à temporada 2017/18, a última no FC Porto, quando em determinado momento Sérgio Conceição sentou o titulado espanhol para dar a vez ao guarda-redes luso.

Mas, antes disso, mesmo com pouca utilização na Invicta, foi chamado por Fernando Santos para a Taça das Confederações de 2017, na Rússia, aproveitando a lesão de Marafona e o pedido de dispensa de Anthony Lopes.

Ficou de fora do Mundial 2018, devido ao regresso do guarda-redes do Lyon, mas no ano seguinte, quando já era dono das redes do Olympiakos, fez parte da equipa que conquistou a primeira edição da Liga das Nações. No Euro 2020, precisamente no verão em que trocou os gregos pelo Wolverhampton, ficou atrás de Rui Silva, a terceira opção para a baliza.

Contudo, no final do ano passado, participou no seu primeiro grande torneio internacional de seleções seniores, com a presença no Qatar.

Apesar das temporadas de alto nível na Premier League e de ser opção regular nos últimos anos para Fernando Santos, José Sá esteve sempre na sombra e ainda não se estreou pela seleção nacional AA.

Tal como já confirmado por Roberto Martínez, vai fazê-lo esta noite, diante do Liechtenstein, no penúltimo jogo de apuramento para o Euro 2024, onde Portugal vai estar presente. Depois de Gonçalo Inácio e João Neves (e caso Toti Gomes não vá a jogo), José Sá vai ser o terceiro estreante na era Martínez e tornar-se no 59.º guarda-redes a defender a baliza da seleção portuguesa.

Um «sonho de criança» que ficará cumprido esta quinta-feira.