Ricardo Quaresma, em entrevista ao jornal turco Hurriyet, antes de se juntar à Seleção Nacional, falou do seu bem-sucedido regresso ao Besiktas e no título de campeão na Turquia. Vestido com um kaftan, vestuário tradicional da Turquia, e armado com uma samarra, o internacional português explica que se adaptou da melhor forma à cultura turca, daí ter regresso a Istambul quando tinha propostas bem mais aliciantes da Rússia e da China para prosseguir a sua carreira.

A verdade é que Quaresma, numa primeira fase, foi acusado de ter voltado apenas por dinheiro, mas acabou por ser uma das figuras de maior destaque na conquista do título turco. «Tivemos de vestir luvas de boxe, entrar no ringue e ir à luta. Lutámos em todos os jogos e vencemos», referiu.

O início de temporada foi difícil porque, além das críticas da imprensa, Quaresma foi pouco utilizado pelo treinador Senol Gunes, sem qualquer ressentimento. «É um treinador muito versátil que conseguiu estabelecer uma relação muito boa com os jogadores. Dá muita liberdade aos jogadores em campo. No início da época não joguei alguns jogos, mas ele tinha razão, o sistema era diferente e precisei de me adaptar primeiro», comentou.

Quanto aos jogos-chave do campeonato, Quaresma destaca os duelos com os rivais Galatasary e Fenerbahçe. «Além das vitórias e dos pontos, foram importantes sobretudo pela moral que nos deram. Acreditámos sempre ao longo da temporada e acabámos por conseguir. O Besiktas tem um grande grupo. Tem grandes jogadores. Adaptei-me totalmente à cultura turca e à cultura do Besiktas. Agora temos de espalhar esta cultura pelos relvados da Europa», destacou Quaresma, recordando que o Besiktas, na próxima época, vai estar na Liga dos Campeões.

O internacional português diz mesmo que foi essa ligação especial que permitiu o regresso, até porque tinha propostas bem melhores para prosseguir a carreira. «Quando ainda estava no Qatar, recebi uma proposta da Rússia e outra de um clube chinês que me propunha cinco vezes mais do que vim ganhar para o Besiktas. Mas o amor e o respeito também são importantes para mim. Adoro os adeptos do Besiktas. Quero terminar a carreira a jogar no Besiktas. Não posso tomar decisões apenas pelo dinheiro», referiu.

Além dos adeptos, Quaresma volta a destacar o espírito de equipa que se formou no Besiktas. «Temos uma atmosfera de verdadeira amizade na equipa. Passamos a vida na brincadeira uns com os outros», contou ainda o internacional português, destacando a sua relação especial com o avançado Cenk Tosun.