Em 1991, Emílio Peixe conquistou a Bola de Ouro, ao ser eleito o melhor jogador do Mundial sub-20, agora é o selecionador nacional deste escalão e falou à FIFA sobre esse trabalho e sobre a sua geração, que foi apelidada de «Geração de Ouro».

«A Bola de Ouro está em casa da minha mãe. É o melhor lugar para ela», explicou Peixe.

Para o antigo jogador, «a vitória do Mundial de 1991 marcou um ponto de viragem na mentalidade portuguesa». «A organização melhorou, porque é óbvio que o talento estava lá e tínhamos que concretizar o potencial. Desde esse momento, o futebol português nunca mais foi o mesmo. Conseguimos subir alguns degraus, ser mais competitivos e mais fortes».

Peixe, que enquanto jogador passou pelos três grandes do futebol português, confessou: «Não gosto de falar do meu passado». «Estou muito orgulhoso pelo que fiz como jogador, mas são as experiencias pessoais e aventuras que mais recordo com carinho», disse, admitindo que gosta mais do papel que tem agora.

«O papel de treinador é mais completo de recompensador do que o de jogador. Tendo sido jogador, dou mais valor porque percebo melhor certas coisas e consigo antecipar algumas situações», frisou. «Mais isso não é suficiente. É preciso estudar, preparar-se e estar atualizado. É um trabalho em que se está permanentemente a aprender e em que é preciso ser minucioso e capaz de passar a mensagem. Ser treinador enche-me de paixão».

Como selecionador, Peixe tem a missão de «preparar os miúdos da melhor forma possível para evoluírem até à seleção AA». «É importante detetar o talento o mais cedo possível e, daí, melhorar a qualidade e pô-lo no caminho para a equipa sénior», explicou.

«Dois dos nossos jogadores, Rúben Neves e Renato Sanches, já foram internacionais AA. Como treinador é um orgulho ver jogadores tão jovens com este sucesso», frisou, falando também da mudança de Renato para o Bayern Munique.

«É uma motivação extra para os outros ver um colega como o Renato ser bem sucedido. Assim percebem que é possível».

Portugal vai estar no próximo Mundial de sub-20, em 2017. Peixe acha que «vai ser uma oportunidade única para os jogadores», e revela a mensagem que quer passar aos atletas: «Que se divirtam. Que aproveitem o máximo desta oportunidade, deem tudo e deixem uma boa imagem do futebol português».

«O objetivo era a qualificação e está atingido. Claro que ninguém vai a um torneio para perder», frisou, não querendo estabelecer metas.