A figura: Balaj
À partida, teria o papel mais ingrato na equipa albanesa. Com a missão mais de prender os centrais lusos do que, verdadeiramente, ameaçar Rui Patrício, foi na segunda parte que se destacou com o golo que decidiu o jogo. Pontapé de primeira, após centro de Roshi, para um momento bonito que gelou Aveiro e levou a festa à cerca de meia centena de albaneses que estiveram no estádio.

A desilusão: Éder
Nova oportunidade desperdiçada. Depois de um Mundial muito pobre surgiu como único ponta-de-lança de raiz na convocatória foi, naturalmente, titular e voltou a não justificar. Uma semana depois de espantar o mundo do futebol com um dos golos do campeonato português, até ao momento, mostrou-se alheado do futebol da equipa. Quase sempre no sítio errado o que indica uma de duas coisas: ou a equipa (ainda) não o percebe ou as suas movimentações deixam algo a desejar. Feitas as contas: fez um remate em cada parte. Sempre ao lado.

O momento: um, dois, três…ferro
Minuto 69. Livre para Nani. Segunda tentativa depois da ordem para repetir. O avançado do Sporting atira contra a barreira. Um. A bola sobra para Ricardo Horta que domina e remata de pronto, com violência. Desvia o travessão. Dois. Sobra, então, para Pepe que, de primeira, atira por cima. Três. Golo é que nem vê-lo…

Outros destaques

André Gomes
Estreia absoluta na seleção nacional. Paulo Bento entregou-lhe a titularidade na primeira internacionalização e o médio do Valência foi mesmo o único do onze que não esteve no Mundial. Num miolo semi-renovado, com William e Moutinho, procurou ser pressionante e jogar subido no terreno. Nem sempre decidiu bem, mas é verdade que o espaço de que dispôs não lhe permitiu veleidades. Fica como o rosto da renovação que foi muito mais tímida do que o esperado.

João Moutinho
Não foi brilhante, mas foi o melhor. O início de jogo, com dois ou três pormenores de qualidade e uma abertura que deixou Nani na cara de Berisha, fez lembrar tempos não muito longínquos, em que Moutinho era o motor desta equipa. Mas o resto do jogo não correspondeu às expectativas. Perdeu gás e, mesmo continuando de batuta na mão, voltou a ser o Moutinho dos últimos tempos: voluntarioso, mas pouco mais.

Nani
Desperdiçou a primeira soberana ocasião de Portugal quando, aos 13 minutos, na cara do guardião albanês, atirou ao lado. Faltou levantar a cabeça para ver André Gomes, ao centro, em melhor posição. Voltou a falhar, já com Portugal em desvantagem, num desvio de cabeça em excelente posição. Capitão na ausência de Ronaldo, Nani tentou assumir também a liderança do futebol da equipa mas nem sempre as coisas lhe saíram como queria. E fez falta que assim não fosse.

Ricardo Horta
Mais uma estreia, esta com uma nota importante: quis mostrar. Dos trunfos lançados por Bento foi o único que, de facto, mudou algo. Trouxe coragem poucos segundos depois de entrar ao rematar ainda longe, por cima. Atirou com estrondo à trave na ressaca de um livre de Nani e mostrou que pode ser útil. Merecia mais tempo.

Roshi
Jogador interessante. Já na primeira parte tinha dado que fazer a Coentrão e ganhado a linha num par de lanças, que Rui Patrício conseguiu anular. Na segunda inventou o lance do golo ao acertar o cruzamento para o remate fulminante de Balaj.