Com um pouco mais de sofrimento do que o previsto a seleção portuguesa de sub-21 venceu nesta terça-feira o Azerbaijão (3-1) e atingiu, em Rio Maior, o derradeiro objetivo a que se tinha proposto. Depois de garantir com grande antecedência a qualificação para o play-off do Europeu, a equipa portuguesa terminou só com vitórias o seu percurso no grupo 8.

O percurso limpo acabou por não ter paralelo no cenário europeu: a Espanha, que também chegava ao último dia já apurada e só com vitórias, acabou por ceder um empate caseiro com a Áustria, o que permitiu a Portugal ser a seleção com melhor desempenho nos 10 grupos.

O registo deu também aos homens de Rui Jorge a certeza de que serão cabeças de série no sorteio do play-off, na próxima sexta-feira, em Nyon, evitando assim, em teoria, as seleções mais fortes. De acordo com os critérios definidos pela UEFA, as sete vagas de cabeça de série seriam atribuídas aos vencedores de grupo com melhor coeficiente entre esta fase de apramento e as qualificações e fases finais dos últimos dois Europeus (20% para os pontos de 2011 e 40% para 2013).



Portugal, que não conseguiu o apuramento para a fase final nas duas edições anteriores, tinha iniciado esta fase de apuramento no 16º lugar, mas com o total de pontos agora conseguido pôde ultrapassar Dinamarca, Suécia e Eslováquia, beneficiando também do facto de a Holanda, com coeficiente superior, ter terminado o seu grupo na segunda posição. A vitória desta terça nem teria sido necessária, mas serviu para acabar com as dúvidas.

De entre o lote de possíveis adversários de Portugal – isto é, as equipas que não vão ser cabeças de série – é precisamente a Holanda, campeão europeia em 2006 e 2007, quem se destaca como nome a evitar, isto apesar de três vencedores de grupo (Suécia, Croácia e Eslováquia) também estarem no rol de possibilidades, que se completa com as seleções da Islândia, Ucrânia e Sérvia, apuradas como melhores segundos.

Eis a distribuição de hierarquias para o sorteio, que a UEFA deve oficializar até quinta-feira:

Cabeças-de-série:
Espanha
França
Inglaterra
Itália
Alemanha
Portugal
Dinamarca

Não cabeças-de-série:
Holanda
Suécia
Sérvia
Eslováquia
Croácia
Islândia
Ucrânia

22 golos para 12 jogadores

Tal como já tinha acontecido na vitória sobre a Noruega, da passada sexta-feira, o jogo desta tarde permitiu a Rui Jorge fazer algumas experiências e alargar o lote de jogadores utilizados nesta campanha, que passou a ser de 32 em oito jogos. Edgar Ié, Rúben Neves, Iuri Medeiros e Tomané tiveram direito à estreia em partidas oficiais, com o defesa do Barcelona a sublinhar esse momento com a marcação do segundo golo da equipa portuguesa.



Edgar foi o 12º jogador português a marcar nesta campanha, que rendeu 22 golos à equipa nacional. Dinamarca, com 37 em dez jogos (3,7 de média) e França (28 em 8 jogos, média de 3,5) tiveram os melhores registos neste particular, enquanto a Inglaterra, com 2 golos sofridos em 10 jogos teve a defesa menos batida da qualificação.

Marcadores dos golos portugueses nesta qualificação:
Ivan Cavaleiro, Bernardo Silva e Ricardo Pereira, 3
William Carvalho, Rafa Silva e Ricardo Esgaio, 2
Carlos Mané, Edgar Ié, Betinho, Sérgio Oliveira, Tiago Ilori e Bruma, 1
A estes nomes junta-se um autogolo do israelita Tawatha.

Jogadores utilizados por Rui Jorge neste apuramento:

Guarda-redes: José Sá e Bruno Varela
Defesas: João Amorim, Paulo Oliveira, Josué Sá, Luís Martins, Ricardo Esgaio, Tiago Ilori, Raphael Guerreiro, Rúben Vezo, Miguel Rodrigues e Edgar Ié
Médios: William Carvalho, André Gomes, Sérgio Oliveira, Tiago Silva, João Mário, Tozé, Bernardo Silva, Luís Gustavo, Hélder Costa e Rúben Neves
Extremos e avançados: Rafa, Ivan Cavaleiro, Betinho, Ricardo Pereira, Bruma, Gonçalo Paciência, Carlos Mané, Marcos Lopes, Iuri Medeiros e Tomané.

Os jogos do play-off realizam-se a 8 e 14 de outubro. A República Checa é o único país já apurado para a fase final do Europeu, na condição de país organizador. A fase final decorrer entre 17 e 30 de junho de 2015.