Ainda que longe da perfeição, o terceiro jogo de Portugal em sete dias foi possivelmente o melhor de todos.
Frente ao Azerbaijão, a equipa das quinas teve momentos de brilhantismo – como no 1-0 de Bernardo Silva – de inteligência – nas ações decisivas de Bruno Fernandes no último terço – e de exuberância – nos piques de João Cancelo pela direita.
Mas teve também momentos de desconcentração defensiva, um ou outro bocejo no ataque, sobretudo entre um início intenso e golo inaugural que chegou aos 26 minutos e muito desperdício, apesar dos números que fizeram desta vitória (3-0) a mais folgada da fase de apuramento para o Qatar.
FILME, FICHA DE JOGO E VÍDEOS DOS GOLOS
Com João Moutinho a juntar-se a João Palhinha no meio-campo, Portugal entregou o ataque a André Silva e Diogo Jota, bem apoiados por Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Cancelo, também ele muito influente na produção ofensiva da Seleção.
Aos 26 minutos, quando Bernardo Silva pintou uma obra de arte, Portugal estava em velocidade cruzeiro e aparentemente incapaz de abrir brechas na defesa azeri depois de um arranque bem conseguido.
Passes mal calibrados, pouca criatividade e ritmo baixo perante um Azerbaijão arrumado defensivamente, mas muito curto em ambição e que só a espaços, com alguma conivência alheia, ensaiou ataques com perigo.
Após o golo inaugural, tudo mudou. O jogo da Seleção tornou-se mais fluido, Bruno Fernandes, que assistira Bernardo, assumiu outra preponderância e a mobilidade de André Silva e Diogo Jota baralhou os azeris. No fundo, ficou à vista aquilo que, permitam-nos dizer sem rodeios, realmente vale este Azerbaijão: pouco.
E o 2-0 chegou com naturalidade cinco minutos depois. Pressionado por um adversário que o impediu de fazer ele o golo após uma soberba assistência de Bruno Fernandes, Jota tocou para a entrada de André Silva, que encostou para a baliza deserta.
A isso seguiu-se um falhanço incrível de André Silva ainda na primeira parte, o mote para que seria a segunda parte de Portugal, que regressou dos balneários com Rúben Neves no lugar de João Palhinha e capacidade para ter (ainda) mais bola.
André Silva, Jota, Jota e outra vez Jota. O avançado do Liverpool foi quem esteve mais perto do golo e foi também quem teve pior relação com ele, mas foi premiado aos 75 minutos, quando cabeceou para o fundo das redes após assistência sublime de João Cancelo.
O resto do jogo trouxe muitas substituições, pouco futebol e uma invasão pacífica de adeptos que, sem Ronaldo, escolheram (e bem) o protagonista Bruno Fernandes para registar um momento para a posteridade.
Tudo certo.