A convocatória de Roberto Martínez para os jogos com Eslováquia e Luxemburgo - apuramento para o Euro 2024 - foi muito questionada devido à chamada de jogadores sem tempo de jogo em detrimento de outros mais rodados e em melhor forma física neste arranque de época.

Após a chamada dos 24 jogadores, Ruben Amorim referiu que a Seleção não devia ser um espaço para «ajudar» jogadores, naquilo que foi entendido como uma referência clara ao apelo feito por Martínez relativamente a João Cancelo e João Félix, que ainda não tinham minutos em jogos oficiais em 2023/24 aquando da convocatória.

«Quando o João Cancelo e o João Félix chegam a uma equipa como Barcelona e jogam diretamente, é sinal de que estão a um nível perfeito para jogar ao nível dos melhores. O Cancelo fez uma pré-época perfeita. Fez duas vezes 45 minutos em dois jogos. O João Félix jogou menos, mas psicologicamente está muito positivo para ajudar a equipa», justificou Roberto Martínez, que em resposta às declarações do treinador do Sporting garantiu que as convocatórias para a equipa das quinas são fruto de um processo muito profissional, honesto e que requerem muito trabalho e que em setembro tem em considerações outros factores que são equacionados, por exemplo, em março.

«O momento de forma é importante, mas o estágio de março é um estágio em que são mais importantes os minutos jogados pelo jogador e o momento de forma. O estágio de setembro, pela minha experiência internacional, não é para ver o momento de forma. É para ver o que o jogador pode oferecer à nossa ideia de jogo, o compromisso, o talento e a paixão pela Seleção», defendeu.

Martínez não viu drama pelo facto de as suas escolhas terem sido muito contestadas. «As convocatórias não podem agradar a todos. Mas os treinadores sabem que temos de tomar decisões com base em processos profissionais. Estive em Alvalade, vi um jogo ao vivo e sigo 82 jogadores, não trabalho com 23», disse, lembrando que há 80 jogadores portugueses só nas cinco principais ligas da Europa.

«É importante é ter uma linha de trabalho. Trabalhamos com a Seleção sete ou oito dias para fazer dois jogos. E temos três estágios antes de um apuramento para o Europeu. O tempo de trabalho é muito importante. Precisamos de ter uma relação. Os jogadores precisam de tornar-se cada vez mais competentes na ideia de jogo», justificou ainda.

As convocatórias não podem deixar todos contentes. Mas gosto de opiniões. É futebol, é normal. Faz parte da nossa vida.