Estão prontos. Esta foi, certamente, a resposta que Rui Jorge pode tirar do último ensaio antes da convocatória para o Europeu Sub-21. No embate contra um dos maiores favoritos a vencer, Portugal levou a melhor e deixou boas indicações. Valeu o golo (golão) de Bruno Fernandes no final, mas ficam, acima de tudo, ótimas sensações de um grupo recheado de qualidade que pode fazer sonhar os portugueses.

Frente a uma Alemanha que, tal como Portugal, não perdeu qualquer jogo na fase de apuramento e é, claro está, candidata a ganhar a prova. Mas a seleção de Rui Jorge também o é e o resultado e exibição desta tarde apenas o confirmam.

Defensivamente a roçar a perfeição, faltou apenas outra eficácia para decidir mais cedo o jogo, embora o ritmo de jogo tenha sido cortado, sobretudo na segunda parte, pelo tradicional amontoar de substituições nestes encontros de preparação.

Enquanto se jogou «mais a sério», Portugal nunca foi inferior à Alemanha, embora tenha sido dos germânicos, a jogar em casa, em Estugarda, a primeira ocasião para marcar: aos quatro minutos, Toljan entrou na área e ficou a meias entre o remate e o cruzamento, não havendo qualquer desvio.

Era um sinal, mas Portugal aguentou bem o embate. Aliás, três minutos depois respondia à altura, num remate de Bruno Fernandes a roçar a trave. Um prenúncio do que aí vinha.

Aos 25 minutos, e numa altura em que o jogo estava numa fase sem controlo assumido por nenhuma equipa, Portugal marcou. E em grande estilo. Canto cobrado por João Carvalho na esquerda do ataque e para a entrada da área, onde alguém se esqueceu de Bruno Fernandes. O capitão português nem deixou a bola cair. Disparou de pronto e a bola entrou na baliza alemã, para um golo de belo efeito.

Portugal estava na frente e foi a partir do golo que se soltou definitivamente. Rui Jorge assentou o estilo de jogo nas transições rápidas para o ataque, todo ele bastante móvel e constituído por Carlos Mané, Daniel Podence e Diogo Jota, como ponta de lança improvisado.

O jogador do FC Porto esteve perto de marcar num remate cruzado que Vlachodimos sacudiu como pôde, já depois de também ter negado o golo a Mané, no lance imediatamente antes desse. Joel Pereira, guarda-redes português, também se destacou, numa defesa apertada a remate de Max Meyer.

Meyer que era um dos «sobreviventes» do duelo dos Jogos Olímpicos, em que os alemães foram mais fortes e golearam por 4-0, nos quartos de final. Também Toljan, Ginter e Selke estiveram nesse jogo, do lado alemão. Já na equipa portuguesa os repetentes foram Fernando Fonseca, Edgar Ié, Bruno Fernandes e Mané.

O segundo tempo ficou, como se disse, marcado pelo ritmo mais lento, mas Portugal, sobretudo numa arrancada de Daniel Podence, após erro de Baumgartl, podia ter feito o 2-0 ainda cedo e descansado mais um pouco.

Assim, teve de aguentar a investida final da Alemanha, que viu Phillip, um dos muitos suplentes utilizados, atirar ao lado, de cabeça, a melhor ocasião para marcar, a um minuto do fim.

Ficha de jogo:

Árbitro: Andreas Ekberg (Suécia)

ALEMANHA: Vlachodimos, Toljan (Haberer, 46), Ginter (Bamgartl, 46), Stark (Kehrer, 46) e Gerhardt; Arnold (Oztunali, 65), Akpoguma (Phillip, 78), Kempf (Amiri, 46) e Goretzka; Selke e Meyer (Mukhtar, 65)

PORTUGAL: Joel Pereira, Fernando Fonseca, Edgar Ié, Ruben Semedo e Kevin Rodrigues; Ruben Neves (Iuri Medeiros, 74), Bruno Fernandes e João Carvalho (Francisco Ramos, 64); Podence (Gonçalo Paciência, 64), Diogo Jota (Ricardo Horta, 46) e Carlos Mané (Rony Lopes, 46).

Golos: Bruno Fernandes (25)

Disciplina: amarelo para Kempf (43), Akpoguma (49), Bruno Fernandes (79)

Ao intervalo: 0-1