Não foi perfeito, esteve até longe disso em alguns períodos, mas chegou para manter a já longa invencibilidade da seleção nacional sub-21, ainda que desta feira num jogo não oficial. O empate final só não foi uma vitória porque houve um guarda-redes inspirado no lado oposto. Esta tarde, na Holanda, num jogo com vaivém constante, sobretudo na primeira parte, a melhor do jogo, ficou um empate a uma bola, que se aceita face ao que se viu.

Rui Jorge fez cinco mexidas no onze inicial, mudando todos os setores exceto o miolo. Ali a fórmula da República Checa manteve-se, com Ruben Neves, Bruno Fernandes e João Carvalho. As principais mexidas, então, foram no ataque, com um novo trio, onde Diogo Jota fez de falso ponta de lança, com Iuri Medeiros e Gonçalo Guedes nas alas. Joel Pereira foi o guarda-redes titular e Ruben Semedo voltou ao centro da defesa.

O ataque móvel não causou tanto estrago quanto seria suposto. Não porque a Holanda estivesse particularmente inspirada a defender – sentiu, até, várias dificuldades – mas porque os homens da frente, sobretudo Guedes, não estavam em tarde sim.

Portugal entrou bem, mas cedo se percebeu que seria um jogo de parada e resposta. A Holanda tem muitas características típicas do futebol local, provando que a tradição ainda é o que era no futebol moderno. Arrojada, a seleção laranja, que, ao contrário de Portugal, não estará no Euro 2017, não teve problemas em alinhar num jogo estilo vaivém, assumindo os riscos e tentando colher frutos a partir daí.

Mesmo que fosse da equipa de Rui Jorge o maior número de iniciativas ofensivas, a verdade é que o golo só chegou de bola parada. Depois de, também de livre, Bruno Fernandes ter testado a atenção do guarda-redes Jurjus, Iuri Medeiros não perdoou à segunda. Estávamos no minuto 31, quando o avançado que o Sporting cedeu ao Boavista atirou a contar, num livre à entrada da área.

O golo premiava o arrojo luso, mas a Holanda, como se disse, não queria ficar atrás. Veio para cima de Portugal e seis minutos depois empatou, num penálti incontestável, cometido por Edgar Ié sobre o lateral Ouwejan e que Zivkovic converteu.

Até ao intervalo, a Holanda acreditou, subiu as linhas e rondou a baliza de Portugal, mas foi lusa a melhor oportunidade. Jurjus, o melhor em campo, evitou que Bruno Fernandes voltasse a colocar Portugal na frente.

O segundo tempo, porém, esteve uns furos abaixo do primeiro. Muitas substituições a quebrar o ritmo e as oportunidades para marcar só chegaram na reta final. Todas para Portugal. Aliás, os últimos dez minutos do jogo foram mesmo os melhores dos homens de Rui Jorge.

Voltou a valer Jurjus à Holanda, com duas defesas brilhantes, a livre de Bruno Fernandes e pontapé de Daniel Podence. Ambas no espaço de dois minutos e já com o apito final na cabeça de muitos.

Nos descontos, os suplentes Dumfries e Vermeij ainda ganharam lances nas alturas, em bolas paradas, nas melhores oportunidades da Holanda no segundo tempo, mas nada se alterou. Seria, também, castigo severo para o que foi o jogo. O empate assenta bem, como se disse. 

E foi o resultado que ficou, sendo que, em jogos particulares, os treinadores até costumam dizer que é o menos importante. Mas, neste caso, é mais do que um pormenor. Jogando fora, com uma equipa como a Holanda, ainda que ausente do Euro, e tendo em conta o filme do jogo, não foi nada mau conseguir manter o histórico interessante onde a derrota não entra há muito.