Chama-se Julia Ivanova, tem 38 anos e apresenta-se nas ruas de Sochi toda vestida com as cores de Portugal. Palavra puxa palavra acaba por contar a sua história.

É uma apaixonada pela seleção portuguesa. Acompanhou todos os jogos de Portugal na Taça das Confederações no estádio, esteve também em todos os encontros da equipa nacional no Mundial 2018 e costuma ver as fases de apuramento para as grandes competições pela televisão.

«Estive em Sochi, depois em Moscovo, depois em Saransk e agora voltei a Sochi. Estou a tentar arranjar bilhete para Nizhny Novgorod, mas conto acompanhar a seleção portuguesa até ao fim», começa por dizer.

«Na realidade apoio a seleção de Portugal há 18 anos. Não sei bem porquê. Eu tinha 20 anos e não gostava de futebol. Mas estava de férias com o meu pai e vi os jogos do Euro 2000, porque ele também via. A Rússia não estava nesse Europeu e então o meu pai disse-me para escolher uma seleção e ficar a torcer por ela. Eu vi jogar João Pinto e gostei muito do jogo dele.»

A partir não deixou de gostar de Portugal nunca mais. A paixão foi até crescendo.

«Nessa altura comecei a torcer por Portugal. Depois a paixão foi aumentando e já lá vão dezoito anos de apoio a Portugal», acrescenta.

«Acho que João Pinto foi o homem que me apresentou o futebol. Depois a partir daí gostei de muitos outros jogadores. Nuno Gomes, Vítor Baía, Ricardo. Agora gosto de Ronaldo, claro, o melhor jogador do Mundo, mas também gosto de Quaresma e Rui Patrício. Mas mais do que um ou outro jogador gosto da seleção de Portugal. Da equipa.»

O mais curioso é que esta relação de amor nem é que com o país ou os portugueses. É apenas com a Seleção Nacional. Só esteve, aliás, uma vez em Portugal, há cerca de dez anos.

«Visitei Lisboa, o Porto, Óbidos, Nazaré, enfim. Gostei muito. Um país muito bonito», conta. «Foi a única vez. Nunca mais voltei. Gostei muito, mas há mais coisas para ver.»

Só não há mais ninguém para apoiar. Se por um acaso Portugal e a Rússia se encontrarem na final, aliás, Julia Ivanova diz que ficar a torcer pela seleção portuguesa.

É que isto do futebol tem muito de romantismo, e não há amor como o primeiro.