Fernando Santos revelou de que forma Portugal vai jogar no Euro 2016. Em entrevista à Sport TV, esta quinta-feira, o selecionador nacional explicou que os portugueses vão alternar entre dois modelos táticos durante a competição.

«Tenho cada vez menos dúvidas da forma de jogar, mas não há uma matriz única. É algo entre 4-4-2 e 4-3-3, alguns 4-3-3 outros 4-4-2 mais em losango do que o clássico. Penso que é o que pode resultar melhor para o nosso objetivo, que é vencer o Europeu», começou por dizer o técnico, acrescentando:

«Acho que, com as características dos jogadores que temos, aquilo que funciona melhor é um modelo entre 4-4-2 e 4-3-3, mas isso vai depender também do adversário. No treino vou procurar incorporar melhor estas ideias, porque nestes jogos só dava para escrever no quadro. Acredito que vai ter sucesso, senão não ia por aí. O que me preocupa é ter uma equipa capaz de competir com todas as equipas, muito equilibrada»

«Tenho muito presente aquilo que faremos no primeiro jogo, que vai se complicado. A Islândia tem momentos do jogo muito fortes. É um jogo fundamental por ser o primeiro. Os relatórios estão prontos, só há um espaço em branco para aquilo que o adversário possa fazer nestes jogos de preparação.»

Uma das dúvidas continua a ser a frente de ataque, setor onde a equipa das «quinas» é teoricamente mais frágil. O técnico reconheceu também essas mesmas dificuldades mas sustentou a hipótese de jogar com Cristiano Ronaldo mais livre na frente.

«A equipa tem mais dificuldade quando tem um jogador mais fixo na frente. Acho sinceramente que o Cristiano não pode ser um ponta-de-lança puro. Não tem essas características. Mas momentaneamente pode. Não é o lugar dele mas hoje também já não é um extremo como era no passado. Percebes que é onde ele rende mais, é mais cómodo andar livre na frente do que prendê-lo a uma posição», explicou.

Fernando Santos voltou a frisar que Portugal não é favorito à conquista do título europeu, mas incluiu-o no lote imediatamente a seguir, alertando também para os possíveis facilitismos durante a fase de grupos.

«Se pensarmos que vamos ter facilidades neste grupo, vai correr mal. Agora claro que temos condições para passar o grupo, mas temos de provar em campo, porque no papel é fácil»

«Não somos favoritos, mas temos o objetivo que é vencer o Europeu. Favoritos são Alemanha (campeã do mundo), Espanha (campeã da Europa) e a França (anfitriã). Estas equipas reúnem todas as condições. Há várias equipas (lembremo-nos da Grécia) que têm uma ambição legítima, mas depois decide-se em cada jogo. É preciso acreditar, se for só um sonho não fazes nada, ou acreditas que está no papo. Sabemos que temos de trabalhar muito», referiu o técnico.