Fernando Santos garante não ter sido pressionado a incluir Renato Sanches no lote de convocados para o Euro 2016.

Em mais uma entrevista, desta vez à RTP, o selecionador nacional explicou os motivos que o levaram a chamar o médio do Benfica.

«Nos primeiros dois meses procurámos estar atentos mas depois a evolução levou a que chamasse jogadores para os poder avaliar. Aquilo que temos por base de recrutamento foi sempre observar os jogadores em campo. A partir de certo momento passei eu a ir aos estádios. O caso do Renato, a nossa capacidade para avaliar é mais difícil nos mais novos, mas a determinado momento foi evidente para mim que podia se jogador da seleção. Chamei-o não só para ver como joga, mas a forma como eu quero que ele jogue»

«Pressão? Não tenho empresário e nunca tive, a mim conhecem-me, ninguém me pode pressionar. Todos me conhecem bem, ninguém viria para a seleção por pressão, o mais normal era que ele não fosse chamado se houvesse pressão», sublinhou o técnico.

Para além de Renato Sanches, Fernando Santos falou também da ausência de André Silva, jovem avançado do FC Porto, cujo bis no final da Taça de Portugal levou muitas pessoas a defender a sua presença na fase final do Europeu.

«O percurso dele não levou a que o trouxesse para a Seleção A. Ele jogou na equipa B do FC Porto, mas também o observámos nos jogos dos sub-21. Perante as nossas observações temos conhecimento desses jogadores. Já depois da convocatória de março, houve vários jogadores jovens que foram observados por nós, para colocar na lista final. Estivemos mais atentos a eles para o caso de haver imprevistos. Um desses jogadores era o André. Só que apenas começou a jogar a titular no FC Porto a cinco jornadas do fim», referiu.

Em relação à equipa, o treinador revelou que já tem ideias definidas quanto ao onze titular, desvalorizando ainda a questão em torno da escassez de pontas-de-lança.

«Já tenho algumas posições definidas para o onze titular. Tenho a certeza que aqueles que colocar o campo vão desempenhar bem as funções, e poderei dormir descansado na véspera. Agora claro que o ritmo da competição é muito rápido e vou ter de gerir a equipa»

«A questão do ponta-de-lança é sempre desnecessário porque vamos jogado com dois avançados. Algumas vezes pode acontecer o jogar só com um mas apenas em termos táticos, porque a dinâmica é outra coisa», explicou.

Ora, precisamente no ataque, o técnico voltou a defender também a chamada de Éder.

«Éder foi considerado a melhor contratação de inverno em França, acabou de renovar pelo Lille. Acho que se está a pôr o Éder numa posição difícil, como um patinho feio da seleção, mas isso acontece e vai sempre acontecer. A mim interessa-me é que esteja bem psicologicamente e fisicamente», frisou.