A FIGURA: João Moutinho
Fez sair do seu pé direito um pouco de perfume, que abrilhantou a prestação portuguesa, como que dando um «bonjour» ao campeonato da Europa do próximo ano. Apontou o tento que valeu o triunfo diante da Dinamarca e está no cruzamento que dá origem ao lance de maior perigo de Portugal no primeiro tempo, ao cruzar para o cabeceamento de Nani à trave. Mesmo com uma exibição discreta, não fugiu à sua habitual funcionalidade. Marcou, serviu e foi o mais rematador de Portugal, com quatro remates.

MENÇÃO HONROSA: Danilo Pereira
Exibição interessante do médio do FC Porto. Foi um pilar no meio campo da equipa das Quinas, juntando uma frieza assinalável ao seu jogo musculado. Povoou todo o setor intermediário, jogou e fez jogar, sendo o primeiro jogador a armar o jogo da equipa montada por Fernando Santos.

O MOMENTO: pequeno Moutinho tomba dois nórdicos (minuto 67)
Ressaca de bola na sequência de um pontapé de canto para a entrada da área, a habilidade de João Moutinho fez o resto. O jogador do Mónaco tirou dois jogadores do caminho e colocou-se em carreira de tiro. Ao puxar do gatilho, o pequeno médio da selação das Quinas ainda fez tombar mais dois adversários, na ânsia de intersetarem o remate. Mas, não havia nada a fazer. O momento era do camisola 8 de Portugal, que rematou com convicção para o fundo das redes da baliza de Kasper Schmeichel.

NEGATIVO: cruzamentos sem objetivo
A equipa de Fernando Santos usou e abusou dos cruzamentos para área, essencialmente na fase inicial do encontro, tornando-se uma preza fácil para a Dinamarca. Sem uma referência ofensiva, as bolas despejadas na área iam sendo, invariavelmente, afastadas pelos defensores dinamarqueses.

OUTROS DESTAQUES

Bruno Alves e Ricardo Carvalho
N
ão tiveram propriamente uma noite de muito trabalho no Municipal de Braga, mas Bendtner não dá margem para erro e a dupla de centrais portuguesa não baixou a guarda; jogou pelo seguro e não permitiu lances de especial acutilância ofensiva à equipa da Dinamarca.

Braithwaite
Claramente o jogador com melhor trato de bola na equipa de Morten Olsen. O extremo do Toulouse foi dos elementos mais ativos dos dinamarqueses, travando um duelo interessante com Fábio Coentrão. Fugiu ao estilo espadaúdo da Dinamarca, para emprestar qualidade técnica ao conjunto nórdico.

Cédric
R
otação máxima na lateral direita de Portugal, com Cédric a substituir bem Vieirinha. O defesa de 24 anos esteve muito interventivo no ataque, conferindo maior profundidade à asa direita de Portugal do que propriamente ao lado esquerdo, em que Coentrão não esteve tão ativo.

Bendtner
o fez o gosto ao pé, como até é seu costume nos embates contra Portugal, mas voltou a demonstrar que é um avançado que não pode ter muito espaço. Logo aos dois minutos do segundo tempo enviou a bola com estrondo ao ferro de Rui Patrício, num gesto técnico assinalável.

Bernardo Silva
Assinou uma série de lances dignos de registo, estando mesmo perto de fazer o segundo golo quando faltava um quarto de hora para o final do encontro. Fletiu para o meio, com a bola colada ao pé esquerdo, abrindo ângulo de remate para atirar a centímetros do poste.

Rui Patrício
Providencial nos minutos finais, depois de ter feito uma exibição segura e tranquila no decorrer do encontro. Rubricou duas excelentes defesas quando o cronómetro rondava o minuto noventa, segurando o triunfo de Portugal.