A Seleção Nacional deixou escapar ao cair do pano uma vitória no jogo de estreia na Taça das Confederações, ao empatar com o México a dois golos num jogo em que sentiu sempre muitas dificuldades para se superiorizar a uma equipa bem organizada.

Portugal apresentou-se em campo com um onze composto exclusivamente por campeões europeus. Fernando Santos abdicou de André Silva e de Gelson, titulares no último jogo da equipa das quinas, e apostou na experiência de Quaresma e Nani, que se juntou a Ronaldo na frente de ataque.

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O onze algo surpreendente pelo histórico recente da Seleção Nacional tardou a dar conta do recado. Entrada em campo lenta, e desligada de Ronaldo e companhia, com a congénere do México (com os portistas Reyes, Layún e Herrera, bem como o benfiquista Jiménez de início) a impor-se claramente nos primeiros 20 minutos. Muita posse de bola, meio-campo agressivo e boa reação à perda, a limitar o processo de construção de Portugal.

Dizer-lhe que os comandados de Fernando Santos só chegaram pela primeira vez à área da equipa americana aos 17 (sim, dezassete!) minutos num cruzamento inofensivo é a mais clara prova de uma entrada em falso no primeiro jogo da história lusa na Taça das Confederações.

Na Arena de Kazan assistia-se a um campeão europeu que pouco fazia para justificar o estatuto adquirido há um ano.

O despertador soou aos 20 minutos. Na sequência de um livre de Ronaldo e de um remate posterior do capitão à trave, André Gomes introduziu a bola na baliza e Ochoa. A festa no relvado foi travada por Néstor Pitana, que anulou o golo depois de o vídeo-árbitro ter descortinado um fora-de-jogo de Pepe.

O momento teve o condão de abanar Portugal e, também, de restituir aos mexicanos o respeito que pareciam ter perdido pelo campeão europeu nos minutos iniciais da primeira parte.

A partir daí começaram à ficar à mostra os frágeis alicerces que sustentam o sector defensivo da seleção americana, claramente o mais débil da equipa de Juan Carlos Osorio. Problema corroborado no lance que originou o golo de Portugal aos 35 minutos: Salcedo falhou o tempo de salto, Ronaldo arrancou em direção da área contrária e serviu Quaresma sozinho ao segundo poste. O extremo do Besiktas tirou Ochoa do caminho e encostou de trivela para o 1-0.

O México parecia destroçado e Quaresma esteve perto de bisar pouco depois. Era a melhor fase de Portugal no encontro, mas Chicharito castigou da pior forma um erro de palmatória de Raphael Guerreiro. Letalidade do homem-golo dos mexicanos para a… letargia da defesa nacional.

A segunda parte voltou a trazer mais México na maior parte do tempo, mas sem o vigor dos primeiros 45 minutos e dificuldades para criar situações de golo.

As entradas de Adrien e de Gelson perto da hora de jogo (para os lugares de Moutinho e Nani) deram mais poder de combate e imprevisibilidade à equipa das quinas, que mantinha problemas crónicos para assumir o controlo de jogo.

André Silva, lançado aos 82 minutos, foi a última cartada lançada por Fernando Santos. Portugal cresceu e o avançado ex-FC Porto viu Ochoa travar-lhe o segundo pouco depois.

A equipa das quinas parecia ter mais fôlego e ganas do que os mexicanos na reta final e Cédric, num remate cruzado após abordagem errática de Herrera, parecia fechar como chave de ouro a primeira página da história de Portugal na Taça das Confederações.

Mas a sorte que tantas vezes tem protegido Portugal acabou por lhe virar costas desta vez. Já em período de compensação, e depois de Gelson ter estado perto do terceiro, Moreno resgatou um ponto para os americanos, restabelecendo, valha a verdade, justiça ao jogo.