A FIGURA: Cristiano Ronaldo

Quando Portugal precisa, o capitão veste a capa de super-herói. Hoje, voltou a ser assim. Ronaldo bisou e fez história: alcançou o recorde de golos nas seleções nacionais do iraniano Ali Daei e, sobretudo, mostrou ser líder em campo. Dois penáltis, dois golos. Sim, é preciso sabê-los marcar. E aos 36 anos CR7 é já o melhor marcador do Europeu, com cinco golos, e uma das grandes figuras do torneio, aconteça o que acontecer daqui em diante. Nada mau para quem se estreou a marcar à França.

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O MOMENTO: minuto 68. São Patrício, salvador de Portugal

Pogba encontrou uma nesga à entrada da área e disparou… A partir daí, o sangue dos adeptos portugueses gelou no calor de Budapeste. Patrício faz uma intervenção soberba a evitar o golo, conta com a ajuda da trave e de seguida volta a defender a recarga de Griezmann. Estava dado ali o sinal: se Portugal não sofreu aqui, não haveria de sofrer mais. Tal como acontecera na final do Euro 2016, Patrício voltou a fazer um pequeno milagre ao salvar um «but» cantado. Dessa vez, fizeram-lhe uma estátua, em Leiria, a imortalizar esse momento. Agora, podem fazer-lhe outra ao lado.

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OUTROS DESTAQUES:

Renato Sanches

Coração e pulmão. Renato ameaçava a titularidade e fez por merecê-la. Desenvoltura com que ganhou duelos e galgou metros no meio-campo mostrou a falta que faz um box-to-box dinâmico ao meio-campo da Seleção. Uma exibição notável.

João Moutinho

Fernando Santos já o tinha frisado: o algarvio é como um treinador em campo. Inteligência a preencher os espaços, capacidade de gerir os tempos de jogo, enfim, uma mais-valia em termos táticos, que veio trazer qualidade ao meio-campo.

Rui Patrício

Bastaria a defesa salvadora aos 68m, ao remate de Pogba, para merecer destaque. Foi decisivo na «hora H».

Palhinha

Entrou em campo para render Danilo e esteve em excelente plano na segunda parte. Desarmou, mas também progrediu e até fez um túnel sublime a Pogba. Um esteio no meio-campo defensivo. Candidato à titularidade? Fernando Santos tem aqui uma boa dor de cabeça.

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Benzema

Seis anos depois, voltou a marcar na seleção francesa. Não uma, mas duas vezes. Giroud tem os seus méritos, mas Benzema é simplesmente um dos melhores pontas-de-lança do mundo. Entre Griezmann e Mbappé foi ele que teve o «killer instinct» para converter o penálti e definir com categoria na cara de Patrício. Sempre com «souplesse».

Pogba

O melhor do meio-campo francês. O médio do Manchester United dá altura e músculo ao setor. E mostra qualidade de passe, como se viu na assistência primorosa para Benzema fazer o 2-1. Aos 68m quase fazia um golo de bandeira. Aí, salvou Patrício.