A última edição da revista «360», publicada pela Federação Portuguesa de Futebol, inclui uma entrevista com William Carvalho, na qual o médio fala da Seleção Nacional mas também do Sporting e do seu futuro.

O internacional português comenta, de resto, o «assédio» de que foi alvo no último verão, mas que não resultou em transferência. «Tive conhecimento de propostas, mas julgo que não houve nenhuma pelo valor da cláusula, e por isso terão sido recusadas», afirmou.

«Não diria que fiquei desiludido, mas apesar de estar muito bem no Sporting todos temos ambições e espero um dia jogar nas melhores ligas do mundo, a inglesa ou espanhola. Não aconteceu este ano, mas se continuar a fazer o meu trabalho como tenho vindo a fazer com certeza que mais cedo ou mais tarde isso irá acontecer», acrescentou William.

O médio recordou também o empréstimo ao Cercle Brugge, que na altura foi uma «mudança drástica», mas que se revelou um «empréstimo positivo». «Foi difícil pelo clima e por ter ficado longe da minha família, algo que nunca me tinha acontecido. Correu bem, joguei a maior parte dos jogos e senti-me mais forte fisicamente, melhor profissional», afirmou.

William acabou depois por garantir um lugar no plantel do Sporting e arrancar para uma época de sonho. «Sempre acreditei no meu valor, mas sinceramente achava que era difícil. Quando cheguei vinha de empréstimo e tinha jogadores como o Rinaudo e o André Santos, atletas que já tinham mostrado trabalho. Só tenho de ficar grato ao mister Leonardo Jardim por ter apostado em mim», destacou.

O médio chegou rapidamente à Seleção e ainda foi a tempo de marcar presença no Mundial2014, prova em que Portugal não foi além da fase de grupos. «Ficámos aquém da nossa qualidade», assume William, que fala em várias razões para o fracasso, como lesões ou a expulsão de Pepe, no primeiro jogo, mas não o calor. «Outras equipas também o sentiam. Não serve de desculpa. Simplesmente não estivemos bem enquanto equipa», defendeu.

O jogador do Sporting, que se assume como um dos rostos da renovação na equipa das quinas, lamenta a derrota com a Albânia, que justifica com «muito azar», mas ainda aponta à vitória no grupo: «Apesar o mau início acredito que vamos mostrar o nosso valor e passar ao Europeu como primeiros.»

William diz que o apuramento para o Europeu «não é uma obrigação» mas que Portugal «tem o dever de passar, seja em primeiro ou segundo».
O castigo que impede o novo selecionador, Fernando Santos, de sentar-se no banco, foi desvalorizado pelo médio defensivo: «Se a federação o escolheu é porque tem a certeza de que há soluções, pessoas com competência para estar no banco e orientar a equipa. Vamos treinar sempre com ele, é só mesmo a questão dos jogos, e aí não tenho dúvidas de que as soluções pensadas serão boas e eficazes. Certamente que os restantes elementos da equipa técnica farão, e bem, tudo o que é necessário.»