Numa altura em que muito se discutem as transferências, um dos plantéis que mais suscita a curiosidade é a selecção olímpica. Quem serão os 18 jogadores que vão representar Portugal na Grécia? José Romão, treinador nacional responsável pela equipa, está ainda em processo de decisões e não levanta muito a ponta do véu. O técnico chega mesmo a desviar-se, subtilmente, da questão que rodeia a convocatória de três jogadores com mais de 23 anos: «Existem três aspectos a perceber. Existe um lote de jogadores que trabalhou durante dois anos para o apuramento do campeonato da Europa. Depois preparámos o Europeu, onde os jogadores tiveram mérito em atingir as Olimpíadas. Há depois outra questão, as selecções podem incluir, ou não, três jogadores nascidos antes de 1981. Essa é uma possibilidade que o regulamento permite. As decisões serão tomadas depois de nos debruçarmos nos jogos e teremos em atenção que temos de escolher 18 jogadores para fazer uma representação de bom nível.»
José Romão insiste na importância que esta prova tem e salienta que Portugal terá a melhor representação possível, até porque é mais uma oportunidade para que a «qualidade do jogador português se afirme» perante o Mundo: «Não podemos esquecer-nos que esta é a terceira vez que o futebol português vai estar nas olimpíadas. Sentimos que este é um momento precioso. Por isso, só podemos pensar em ir longe. Vamos, pois, reflectir sobre qual será o melhor quadro de jogadores.»
Dia 21 sai a convocatória e todas as dúvidas serão desfeitas. Serão anunciados 22 nomes, mas apenas 18 seguirão para a Grécia. Quatro dos atletas ficarão em «standby», pois poderão ter de seguir viagem, caso exista alguma lesão ou imprevisto com qualquer um dos outros jogadores.
Apesar de esta ter sido uma temporada particularmente longa para alguns dos jogadores, uns estiveram no Europeu de sub-21 e outros no Euro-2004, José Romão não vê as pausas de uns e o início de trabalhos de outros como uma desvantagem: «Uma época terminou e outra começa agora. Muitos dos jogadores já estão a fazer trabalho de pré-época e outros cumprem um período de repouso, porque estiveram no campeonato da Europa. Temos de considerar tudo na selecção dos jogadores. Como para muitos a época já começou, quando chegarem ao estágio, vão apresentar uma estrutura apoiada numa preparação conveniente.»
Dúvidas na equipa técnica
O treinador mostra-se tranquilo quanto às reacções dos clubes e jogadores. Para as equipas é complicado deixar sair alguns dos seus jogadores, nesta altura, e os jogadores também podem pensar que falhar os primeiros trabalhos com a sua equipa lhes pode dificultar a luta pela titularidade. Estes são cenários que José Romão rejeita porque, como afirma, sempre houve «uma estreita colaboração entre a Federação e os clubes» e que isso será tido em conta.
Para além do plantel, falta ainda definir a equipa técnica. Para já o único elemento certo é José Romão, os restantes serão designados após a comunicação de uma decisão do Comité Olímpico: «Ainda não há constituição do staff. Estamos à espera de uma resposta do Comité a quem solicitámos que considerasse um aumento de acreditações oficiais.»Rui Caçador não acompanhará o treinador, uma vez que a 17 de Agosto arranca a preparação do próximo Europeu de sub-21.
A selecção olímpica começa a trabalhar no dia 1 de Agosto, no Algarve. Aí se manterá até dia 6, tendo agendado um encontro de preparação frente ao Paraguai, a dia 4. A partida para Atenas está marcada para dia 8.