A forma intensa e apaixonada como Sérgio Conceição vive o jogo – é comum vê-lo esbracejar junto à linha lateral – confunde-se, por vezes, com um treinador instável emocionalmente. Na última antevisão da época, o técnico dos azuis e brancos rejeitou esse «rótulo». Porém, antes de responder à pergunta pediu a um dos jornalistas presentes que cantasse.

«Vamos aprendendo com o que vamos fazendo, tanto o que é positivo como o que é negativo. E, depois vamos melhorando enquanto pessoas e profissionais. Foi unânime que o FC Porto apresentou uma força mental muito grande. Existiram momentos em que o FC Porto poderia ter vacilado e não o fez, sobretudo quando passou para o segundo lugar. Isso demonstra o que se vive no balneário, a começar por mim enquanto líder. Em momentos complicados viram um Sérgio com a tranquilidade necessária para representar este clube e para ganhar. Por vezes, criam-se rótulos e colocam-se selos nas pessoas por situações que acontecem e passam-se imagens de alguém conflituoso e que perde as estribeiras facilmente. Isso não corresponde à verdade. Sou uma pessoa que vive o futebol de forma muito apaixonada, sou exigente comigo e com os outros, mas isso não tem de passar o tal limite. Com o tempo, tudo isto faz com que se cole rótulos que, por vezes, são enganadores. A prova disso é que esta época vivemos momentos difíceis e tivemos muito equilibrados», referiu, após Ricardo Pateiro ter cantado.

É unânime referir que Conceição foi o principal obreiro da conquista do campeonato por parte do FC Porto, após quatro anos de interregno. Questionado acerca da possibilidade de ter uma estátua no museu do clube, ao lado de nomes como André Villas-Boas, José Mourinho ou Pedroto, o técnico portista preferiu destacar as conquistas coletivas. 

«Fico muito desconfiado com elogios, não me sinto muito à-vontade neste ambiente. Fico contente com o troféu que vamos ter no museu. Se houver mais que sejam conquistados por nós (equipa técnica), que seja por trabalho e por prémios coletivos. Trabalho para prémios coletivos e não individuais. Tenho uma estátua minha gira em casa. Disse que este era um dos três títulos mais importantes dos últimos 30 anos do FC Porto. O clube esteve quatro anos sem ganhar e acho que foi importante para toda a gente», finalizou.