Eduardo Húngaro não é o comum treinador de bancada, mas passou a primeira metade da época a orientar o Sertanense do outro lado do muro, longe do banco de suplentes. No arranque da preparação para a histórica recepção ao F.C. Porto, o técnico brasileiro relatou ao Maisfutebol a experiência amarga com a Federação Portuguesa de Futebol e a Associação Nacional de Treinadores de Futebol.
«Tenho um curso superior em Educação Física, tirei o curso de treinador no Rio de Janeiro e treino há 20 anos. Lá no Brasil, estou habilitado para trabalhar em qualquer nível, portanto nunca esperava ter este tipo de dificuldades para ter a equivalência aqui, sobretudo num país irmão», começou por dizer.
O técnico do Sertanense, actual terceiro classificado da Série D da III Divisão, não se conforma com a argumentação apresentada e evitar «curvar-se»: «Alegaram, numa carta que ainda guardo, que as equivalências só estavam a ser dadas a treinadores que vieram de equipas de topo do Brasil. Não aceito esse tipo de discriminação. Seria muito fácil curvar-me e fazer o curso aqui, mas esta situação tem de servir de exemplo.»
A formação da Sertã contornou no mês passado, depois de meia época sem treinador no banco. Eduardo Húngaro passou a surgir na ficha de jogo como director do clube, estreando-se nas novas funções em Penafiel, quando tombou a equipa da Liga Vitalis, na ronda anterior da Taça de Portugal. «Vou continuar assim. Se houver clubes interessados em mim, que façam o mesmo. Valeu-me a ajuda dos meus adjuntos, Toninho e Natan», conclui.