O abandono de um jogador de qualidade internacional é sempre má notícia para qualquer selecção. O adeus anunciado por Simão Sabrosa não é excepção. Mesmo considerando que há abundância de qualidade para os lugares de extremo, e que o próximo Europeu o vai encontrar a caminho dos 33 anos, Simão continua a ter argumentos que podem desequilibrar jogos de alto nível, como se viu na Supertaça Europeia.

Dito isto, um adeus antecipado é sempre uma escolha pessoal, que merece todo o respeito. Ainda para mais quando se tem uma folha de serviços tão marcante com a camisola de Portugal. O estranho, neste processo, não é a decisão: é o momento em que foi comunicada, tão perto da convocatória para os jogos com Chipre e Noruega, e uma semana depois de o At. Madrid anunciar que Simão (e Tiago) estavam pré-convocados.

Passaram dois meses sobre o Mundial. Um tempo que parece mais do que suficiente para uma decisão tomada, e divulgada, mais cedo. A ideia que se reforça, com o timing deste anúncio, é que a campanha na África do Sul deixou várias feridas abertas também entre os jogadores, ou pelo menos alguns deles. E este é um sublinhado que podia evitar-se e se dispensava bem, face a tudo o que já tem envolvido a Selecção neste arranque para o Euro-2012.