O Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol reagiu em comunicado à Operação Jogo Duplo e considerou que os jogadores «são presas fáceis para os que usam o futebol para enriquecer de forma criminosa».

A investigação, que trata uma eventual viciação de resultados no futebol português, foi para o terreno a 14 de maio deste ano e resultou em 15 detenções por todo o país, entre jogadores, dirigentes e empresários.

Mais recentemente, os jogadores Ansumane (Felgueiras), Pedro Oliveira (Gafanha), João Carela (Estarreja), Hugo Moedas (Águeda), Rafael Veloso (Belenenses) e André Almeida (Real) foram impedidos de jogar enquanto decorre a investigação, numa decisão tomada pelo Tribunal da Relação de Lisboa, a pedido do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, por existir o perigo de «continuação da atividade criminosa».

O Sindicato chamou atenção para as proporções desta decisão: «Seja ao nível da exposição pública, do dano para a carreira desportiva e até do próprio sancionamento disciplinar e criminal.»

Depois, tentam desculpabilizar os jogadores: «Em Portugal a viciação de resultados é um fenómeno que tem fatores potenciadores de risco, como seja o incumprimento salarial e falta de financiamento dos cubes.»

A este fator, o comunicado do Sindicato indica outro: «A ausência de mecanismos eficazes no licenciamento e fiscalização da idoneidade dos investidores, o que leva a que o jogador seja ‘presa fácil’ para aqueles que pretendem corromper a essência do futebol, combinando resultados para assim lucrarem através de apostas ilegais.»

Para combater o ‘match-fixing’, o SJPF e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apresentaram, recentemente, o projeto “Anti Match-Fixing – Deixa-te de Joguinhos”, que visa combater a viciação de resultados no futebol.