O Sindicato dos Jogadores (SJPF) alertou para a existência de irregularidades nos contratos de jogadores portugueses que atuam no futebol cipriota.

Num comunicado enviado às redações, o organismo presidido por Joaquim Evangelista denuncia que há futebolistas portugueses não estão a receber cópias dos contratos assinados com os clubes e que, por isso, não estão a receber os respetivos salários na totalidade.

Lembrando que há nesta altura 22 jogadores portugueses ao serviço de equipas cipriotas, o SJPF aconselha jogadores e empresários a exigirem sempre cópias dos contratos assinados para combater aquilo que diz ser uma prática comum que até foi denunciada no Relatório Global de emprego da FIFPro em 2016: existência de um segundo contrato confirmada por 49 por cento dos jogadores em Chipre.

«Assinar mais de um contrato pelo mesmo período laboral é uma prática comum em Chipre. Para baixar os custos fiscais, os clubes oferecem aos jogadores mais de um contrato: um que está oficialmente registado na Federação Cipriota de Futebol e outro que não está registado. Os clubes só pagam impostos pelo primeiro contrato. A remuneração do jogador que consta no segundo contrato é, geralmente, maior», pode ler-se no mesmo comunicado.

Uma ratoeira na qual é comum cair mas que torna tudo mais complicado em caso de litígio para com o clube: «Frequentemente, o jogador aceita e não fica sequer com uma cópia do acordo, o que em caso de litígio se torna extremamente difícil de comprovar. Não foi apresentado a registo perante qualquer instituição desportiva, nem declarado para efeitos fiscais e contributivos», explica João Oliveira, advogado responsável pelo Gabinete Jurídico do Sindicato dos Jogadores.