Cerca de cinco minutos de completa desorientação só serviram para provar a força deste Benfica: os encarnados sofreram dois golos em dois minutos, permitiram que o Slask Wroclaw anulasse uma desvantagem de dois golos e ficaram com a vitória em risco. A reação foi imediata e muito forte.

Carlos Martins, ele que voltou a ter uma excelente entrada em campo, devolveu o Benfica à liderança cinco minutos depois e mostrou que a formação de Jorge Jesus era demasiado forte para este campeão polaco. No fundo bastava querer, bastava acelerar um pouco para ultrapassar o Slask.

Até ao fim, o Benfica não voltou a desorientar-se e controlou como quis a vitória que o coloca na final deste Wroclaw Masters: os encarnados defrontam este domingo o PSV, que no primeiro jogo do torneio já tinha batido o At. Bilbao (1-0), naquele que será um teste bem mais sério do que este.

Deste jogo sobrou portanto a ideia de força coletiva e sobrou sobretudo Carlos Martins. Muito Carlos Martins. Entrou ao intervalo, fez um golo e duas assistências. Mas fez mais do que isso, esteve ativo, lançou ataques e deixou Melgarejo e Witsel na cara do golo, os colegas falharam.

Recorde como vivemos o jogo em direto

Por falar em Melgarejo e Witsel, importa destacá-los também as eles. O belga, por exemplo, teve um trabalho absolutamente genial no golo de Cardozo. Aconteceu logo aos dez minutos, Witsel passou por dois adversários com um toque de calcanhar e serviu Cardozo para um golo fácil.

Melgarejo, por fim, voltou a adiar certezas mais concretas. A avaliação na primeira parte era até negativa: preso, tenso, raramente apoiou o ataque e, quando o fez, atacou mal. Na segunda parte corrigiu a impressão: soltou-se, ganhou a linha de fundo, atirou uma bomba à trave e defendeu bem.

Pelo meio da soma destas exibições individuais importa dizer que o Benfica dominou por completo o jogo, perante um adversário muito débil a defender, criou oportunidades para fazer uma goleada das antigas e mostrou boa consistência coletiva, sobretudo numa primeira parte muito forte.

A segunda parte já estava a ser pior quando uma distração de Javi Garcia permitiu a Elsner fazer o primeiro do Slask Wrocklaw (Artur Moraes ficou mal na fotografia). Logo a seguir, o mesmo Elsner entra pelo meio e serve Sobota na direita, para um remate muito bem colocado e empatar o jogo.

No fundo foi só isto que correu de mal e não foi pouco: o Benfica corrigiu logo a seguir as falhas, mas só uma distração muito grande pode permitir a esta equipa encarnada sofrer dois golos em dois minutos de um adversário como o campeão polaco. Fica o aviso. O resto é para aplaudir.

FICHA DE JOGO:

Wrocław Stadium, na Polónia

Espectadores: cerca de 30 mil

SLASK WROCLAW: Kelemen; Socha, Kowalczik, Pawlec, e Mraz; Elsner e Kazmierczak; Sobota (Tetlak, 80m), Cetnarski (Garyga, 80m) e Mila; Gikiewicz.

Suplentes não utilizados: Rafael Gikiewicz, Menzel, Kubiak, Majcher e Sikorski.

BENFICA: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Melgarejo (Luisinho, 90m); Javi Garcia e Witsel (Nelson Oliveira, 90m); Yannick (Ola John, 46m), Bruno César (Carlos Martins, 46m) e Nolito (Gaitán, 46m); Cardozo (Kardec, 65m).

Suplentes não utilizados: Paulo Lopes, Mika, Jardel, Miguel Vítor e Saviola, Rodrigo Mora e Hugo Vieira.

GOLOS: Cardozo (10m) e Luisão (59m), Elsner (67m), Sobota (68m), Carlos Martins (73m) e Gaitan (88m).

Disciplina: cartão amarelo para Kazmierczak (16m) e Elsner (81m).