A festa de atribuição dos prémios de futebol africanos realizou-se esta quinta-feira à noite em Lagos e à medida que a cerimónia se desenrolava começava a crescer a ideia de que Obi Mikel seria coroado como o melhor jogador africano do ano. A grande época das seleções nigerianas e a acumulação de prémios para este país alimentava a esperança dos locais, que iam transmitindo a sua euforia pelas redes sociais.

O prémio mais apetecido foi guardado para o fim, mas quem ficou com ele foi o costa-marfinense Yaya Touré, 30 anos, que conquistou o troféu pela terceira vez consecutiva, recebendo a maioria da votação dos selecionadores do continente. Mikel foi relegado para o segundo lugar e Didier Drogba para a terceira posição.

Yaya terá sido premiado mais pela sua preponderância no Manchester City do que a influência que terá tido na qualificação do seu país para o Campeonato do Mundo do Brasil. Em todo o caso, entra para um clube restrito onde figuravam até agora Abedi Pele e Samul Eto’o, que também receberam estre troféu em três anos consecutivos.

Apenas 24 horas depois de ter participado na goleada do City sobre o West Ham (6-0), na primeira mão da meia-final da Taça da Liga, o médio fez questão de receber o prémio na capital da Nigéria. «Estou muito orgulhoso e feliz por vencer aqui hoje», disse Touré vestido com roupa tradicional nigeriana, acrescentando: «Saúdo o meu irmão Obi Mikel, que também merecia. É um prémio incrível que tenho de estender a todos os que me ajudaram e apoiaram ao longo da carreira»

Touré poderá não ter conquistado qualquer grande troféu pelo seu clube ou pela seleção, mas a classe que demonstrou em campo tanto no Manchester City como nos «elefantes» da Costa do Marfim foram suficientes para que mantivesse o estatuto de melhor jogador africano. Para além disso, é o único representante africano na lista dos 23 nomeados da FIFA para melhor jogador do ano.

Obi Mikel também teve um grande ano, pois não só conquistou a Taça das Nações Africanas pela Nigéria, como venceu a Liga Europa pelo Chelsea. A Nigéria continua, assim, sem ter um dos seus jogadores a conquistar o troféu desde que Nwankwo Kanu foi premiado em 1999.

Noutras categorias, porém, o domínio foi quase absoluto. A equipa sénior da Nigéria foi considerada a equipa do ano, assim como a seleção sub-17, que foi campeã do mundo na categoria. Os adeptos da Nigéria receberam o prémio fair play, o selecionador nigeriano Stephen Keshi foi considerado o treinador do ano e Kelechi Iheanacho (da seleção sub-17 nigeriana) o jovem mais promissor.

Para o Egito foram os prémios de melhor clube (Al Ahly) e melhor jogador a atuar em África (Mohamed Aboutreika). O melhor árbitro foi um argelino (Haimoudi Djamel), enquanto que o prémio de homenagem foi para dois treinadores que morreram em 2013: Bruno Metsu e
Mehdi Faria.

No onze do ano a Nigéria é a seleção com mais jogadores: Enyeama (Nigéria); Fathy (Egito), Benatia (Marrocos), Constant (Guiné); Mikel (Nigéria), Aboutreika (Egito), Toure (Costa do Marfim), Pitroipa (Burquina Faso); Aubameyang (Gabã), Emenike (Nigéria), Gyan (Gana).

Com a conquista de mais um troféu por Yaya Touré, a Costa do Marfim iguala os Camarões e a Nigéria como o país com mais troféus nesta categoria (5).

CONFIRA A LISTA DE TODOS OS VENCEDORES DE MELHOR JOGADOR AMERICANO

1992 - Abedi AYEW PELÉ (Gana)
1993 - Rashidi YEKINI (Nigéria)
1994 - Emmanuel AMUNIKE (Nigéria)
1995 - George WEAH (Libéria)
1996 - Nwankwo KANU (Nigéria)
1997 - Victor IKPEBA (Nigéria)
1998 - Mustapha HADJI (Marrocos)
1999 - Nwankwo KANU (Nigéria)
2000 - Patrick MBOMA (Camarões)
2001 - El-Hadji DIOUF (Senegal)
2002 - El Hadji DIOUF (Senegal)
2003 - Samuel ETO’O (Camarões)
2004 - Samuel ETO’O (Camarões)
2005 - Samuel ETO’O (Camarões)
2006 - Didier DROGBA (Costa do Marfim)
2007 - Frédéric KANOUTE (Mali)
2008 - Emmanuel ADEBAYOR (Togo)
2009 - Didier DROGBA (Costa do Marfim)
2010 - Samuel ETO’O (Camarões)
2011 - Yaya TOURE (Costa do Marfim)
2012 - Yaya TOURE (Costa do Marfim)
2013 - Yaya TOURE (Costa do Marfim)