Os números que recolhi para este artigo permitem colocar em perspectiva o que Talisca está a conseguir neste arranque de temporada.

Oito golos em nove jogos é muito bom (se descontarmos Cristiano Ronaldo, claro). Está acima dos valores praticados pelos melhores marcadores de alguns dos mais cotados campeonatos. No mínimo está em linha com o que têm conseguido, por exemplo, por futebolistas como Gignac (França) ou Neymar (Espanha). Acresce que nenhum dos golos de Talisca foi marcado a partir de um penálti.

Muito bom, escrevi.

Excecional é acrescentar três factos a esta análise: a idade do jogador, ser a época de estreia na Europa e não se tratar de um ponta-de-lança, embora por esta altura esteja por descobrir qual a posição em que Talisca rende mais.

Nesta altura da época, Talisca é o jovem jogador a competir na Europa a sério com mais golos marcados. Parecido só Berahino (quem é este?), do WBA, com 21 anos e um início fantástico na Premier League.

Por ser a primeira época de um jogador de 20 anos, por tudo estar a acontecer tão depressa, existem dúvidas e existe também enorme entusiasmo. O brasileiro do Benfica é a grande revelação de início de temporada e faz sentido que atraia a atenção de muita gente. O que está a fazer agora, com tão pouco tempo de competição a este nível, é invulgar.

Os próximos tempos ajudarão a responder à pergunta que por esta altura é capaz de ir valendo cada vez mais euros: isto é mesmo para levar a sério?

É evidente que não tenho resposta para a coisa. Mas há sinais impressionantes. A aparente tranquilidade com que Talisca está a viver este momento. A frieza no momento de rematar à baliza. A qualidade ao bater na bola. A capacidade para atuar em diferentes zonas do campo. A altura. A resistência física e emocional.

É cedo, sim. Mas o que se viu até agora é também muito bom. O golo ao Rio Ave é simplesmente adorável.

Alemanha
Gotze (Bayern Munique), 6 em 8 jogos
Meier (Eintracht), 6 em 8 jogos

França
Gignac (Marselha), 10 em 11 jogos
Lacazette (Lyon), 8 em 11 jogos

Inglaterra
Aguero (Manchester City), 9 em 9 jogos
Diego Costa (Chelsea), 9 em 7 jogos
Berahino (WBA), 7 em 9 jogos

Espanha
Cristiano Ronaldo (Real Madrid), 16 em 8 jogos
Neymar (Barcelona), 9 em 8 jogos
Messi (Barcelona), 7 em 9 jogos
Bacca (Sevilha), 7 em 9 jogos

Itália
Callejón (Nápoles), 7 em 9 jogos
Tévez (Juventus), 6 em 8 jogos
Honda (Milan), 6 em 9 jogos

Holanda
Kramer (Den Haag), 8 em 10 jogos
Uth (Heerenveen), 8 em 10 jogos

Bélgica
Gounongbe (Westerlo), 9 em 9 jogos
Diaby (Mouscron), 8 em 13 jogos

Turquia
Gekas (Akhisar), 8 em 7 jogos

Rússia
Hulk (Zenit), 7 em 11 jogos
Natcho (CSKA), 7 em 8 jogos
Rondon (Zenit), 7 em 10 jogos

Portugal
Talisca, 8 em 9 jogos
Jackson, 7 em 8 jogos
Maazou, 7 em 8 jogos 

NOTA: já que estamos a falar em coisas excecionais, por acaso reparou neste português que anda a ganhar a vida na Polónia?