A Liga volta a ter o líder que se tem mostrado mais consistente até aqui.

O Sporting foi sobretudo uma entrada forte e muito controlo durante a goleada da Choupana, com a exploração de erros a mais cometidos por parte do Nacional.

Não foi obrigado a uma grande exibição, mas sentiu-se que se fosse preciso estaria preparado.

Até hoje, o leão deixou sempre a imagem que está pronto para grandes embates, bloqueando por vezes quando tudo parece mais fácil. É o que dizem os resultados. E é algo de que tinha já falado.

Perante equipas sobre as quais é muito superior, mas que não se expõem tanto no ataque, baixando linhas, tem sido mais complicado fazer valer o maior estatuto que tem.

O Sporting parece mais preparado para explorar falhas, desatenções, do que criá-las, opinião que poderá ser obviamente redutora.

A derrota do Benfica no clássico tem de ser encarada como uma boa notícia por parte de Jorge Jesus e companhia. Tem seis pontos para gerir sobre o FC Porto, e pode criar um fosso igual para os encarnados, se ambos os emblemas ganharem até lá, em Alvalade. E esses seis pontos, à medida que o final aproxima-se, podem ser suficientes.

Podem, não é garantido obviamente que o sejam.

Como antes, é preciso saber ultrapassar os outros, os mais fracos, e sobretudo em sua casa.

Ganhar ao Benfica poderá matar o campeonato, mesmo que não matematicamente, desde que o resto seja cumprido.

O título terá voltado a ficar bem encaminhado. 

No que diz respeito ao jogo da Luz, o FC Porto foi sim mais feliz. Teve momentos de alguma superioridade, teve outros em que foi inferior. Não vou pelo facilitismo de considerar o triunfo uma vitória tática de José Peseiro ou dos portistas, quando nunca tiveram o jogo controlado e permitiram tantas oportunidades aos rivais. O resultado foi fundamental, e consequência de muito trabalho, esforço e sacrifício - e, deve reconhecer-se, responsabilidade de um grande Iker Casillas. Está longe de estar tudo resolvido, nem poderia estar.

A seis pontos do Sporting, o FC Porto continuará a só poder pensar em vencer os jogos todos, e mesmo assim há risco de não chegar.

LUÍS MATEUS é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».