Um FC Porto em fase de superação, um Sporting equilibrado e organizado, mas a faltar-lhe o extra em jogos mais complicados, e um Benfica a desiludir, aquém das piores expetativas.

Passa-se na Europa, e é um pouco o que se passa na Liga.

Sérgio Conceição pediu, e os jogadores fizeram-lhe a vontade: trasladaram o FC Porto do campeonato para a Champions, e com isso bateram um rival perigoso, forte e com potencial para ser um dos emblemas de maior crescimento a curto prazo em toda a Europa. Isto se o mercado não o «depenar», uma vez que o seu jogador mais influente, Keita, já tem acordo com o Liverpool.

É verdade que não fez a festa sem alguma felicidade aqui e ali, e em alguns momentos-chave, mas procurou-a com uma sede de bola que é a sua imagem de marca. Mais do que isso, soube aproveitar na perfeição a grande lacuna do Leipzig: as bolas paradas defensivas, através das quais marcou quatro dos cinco golos nos dois jogos.

O FC Porto continua na luta pelo apuramento, e até está em boa posição para consegui-lo. Sérgio Conceição conseguiu recuperar por completo o grupo, que parece cada vez mais unido e confiante.

A pouca profundidade do plantel poderá ser agora colocada em causa, com os problemas físicos de Marega, e que ainda podem coincidir com os de Soares. No entanto, o Dragão apresenta-se num momento em que até as coisas complicadas podem ser simples de resolver. Algo a confirmar nos próximos jogos.

Já o Sporting tem andado perto de grandes feitos, mas compreensivelmente não tem aguentado a reação de adversários com outro poderio, como é o caso de Barcelona e Juventus, e que ainda se encontram em velocidade de cruzeiro nesta fase. Tem o terceiro lugar ao alcance, e com este a sensação de missão cumprida.

Tal como na Champions, o campeonato mostra um Sporting organizado, competente e capaz de grandes momentos, mas um Sporting a que também faltou o tal extra no clássico perante um FC Porto superior, e ganhou outras partidas no limite. Uma ideia que também carece de confirmação, com tanto o que falta de Liga.

Faz aqui falta a ressalva de que o grupo do FC Porto está muito mais ao alcance dos dragões do que o do Sporting dos leões. O que não quer dizer que o dos portistas seja fraco, nada disso. A duas jornadas do fim, é bem provável que ambos cheguem ao fim com a sensação plena de dever cumprido.

o Benfica é o pior cabeça de série de sempre. Tem zero pontos à quarta jornada, e uma série de exibições para lá do medíocre. O grupo é, dos três,  o mais fraco, com Basileia e CSKA, e os encarnados mesmo assim ainda dependem de um milagre. Na Liga, a pobreza tem sido também evidente. Não cabe naturalmente neste «sobe».