Voa, Nélson. Continua a voar!

Nélson Évora provou-nos que continua igual. Não por ter conquistado mais uma medalha -  não que isso seja irrelevante ou merecedor de ser desvalorizado, nada disso -, mas sobretudo por nos ter sublinhado a todos que mantém a mesma fome aos 32 anos e a meses dos Campeonatos do Mundo.

O atleta, recorde-se, saiu recentemente da sua zona de conforto, trocou de treinador e de clube, depois de um sexto lugar meritório nos Jogos Olímpicos, como melhor europeu e, quando muitos apostavam no início do fim, revalidou o título conquistado há dois anos em Praga.

Mas se falo dos Mundiais é apenas como referência. Nove anos depois da medalha olímpica, com duas lesões graves pelo caminho, a Nélson já nada podemos exigir. Apenas que se solte de todas as amarras e continue a voar.

Resistência, perseverança, uma alma de gigante. Tem sido uma honra, senhor Évora!

Patrícia Mamona está também de parabéns, mantendo-se na elite das saltadoras de triplo-salto. Depois da prata de Helsínquia 2012 e do ouro em Amesterdão nos Europeus do ano passado, e de ter terminado em sexto lugar nos Jogos Olímpicos, arrecadou agora em Belgrado a primeira medalha em pista coberta. Ficou a seis centímetros do ouro, que será sempre uma possibilidade num próximo salto. Muito bem!

No que diz respeito ao futebol, a imagem mais forte do fim de semana é, sem dúvida, a goleada do FC Porto, que atravessa o melhor momento da temporada, ao Nacional. O conjunto de Nuno Espírito Santo tornou-se o melhor ataque da Liga, juntando esse estatuto ao de melhor defesa, e sente-se cada vez mais confiante e perigoso, sobretudo do ponto de vista do líder Benfica.

Tiquinho Soares acrescentou, de facto, a garra e intensidade que o ataque precisava para ser mais arrebatador e, embora os madeirenses tenham sido uma presa demasiado fácil, a verdade é que o FC Porto parece fortalecer-se a cada jogo que passa. Um aviso sério aos rivais, com dois jogos ainda antes do clássico na Luz.

Os encarnados passaram na Feira com um golo de Pizzi e com nova exibição muito pouco empolgante, mas, tal como aconteceu no Dragão com os homens de Nuno Espírito Santo, o conjunto de Rui Vitória vai alimentando-se de vitórias após ter ultrapassado o pior momento até aqui da temporada. Não tem muito tempo para readquirir o melhor rendimento, mas ainda pode viver só de resultados até conseguir ser mais sólido. A avaliar nos próximos jogos.

Lá por fora, a luta em Espanha voltou a ser a sério, mas o maior destaque tem de ser o Monaco-goleador e líder de Leonardo Jardim, com um Bernardo Silva a jogar ao nível da nata dos jogadores do continente e a exigir uma liga mais mediática. É um dos mais fortes candidatos a ganhar o prémio de jogador do ano na liga francesa, e também a sair no verão. Um talento de classe mundial. E mais um português!