Primeiro, Paulo Fonseca.

Não se trata ainda da melhor prestação do Shakhtar Donetsk na Liga dos Campeões, por culpa dos quartos de 2010-11 perdidos para o Barcelona, mas uma qualificação num grupo que tinha Manchester City, Nápoles e Feyenoord tem de ser sempre motivo de aplauso.

No início da década, os ucranianos viviam um dos seus melhores momentos. Foram primeiros num grupo com Arsenal, Sp. Braga e Partizan, e eliminaram a Roma nos oitavos com dois triunfos, antes da capitulação frente ao futuro campeão europeu.

Este ano, perante o grande candidato ao título em Inglaterra, uma das melhores equipas italianas, também ela a sonhar com o scudetto, e o campeão holandês, apurou-se na segunda posição, batendo pela primeira vez na temporada o conjunto – já apurado e em gestão sim, mas igualmente recheado de qualidade – de Pep Guardiola. Um feito, que levou o técnico português a festejar, com máscara de Zorro e tudo, na sala de imprensa.

Fonseca está em clara fase de ascensão na carreira, consolidando ideias que apenas não vingaram no Dragão. O treinador tem provado nestes anos que é possível recuperar do fracasso, sobretudo de alguns que, como este, surgem ainda quando as competências ainda não estão completamente estruturadas, e há alguma inexperiência à mistura.

O tempo o confirmará, mas o técnico irá certamente voltar a ter uma oportunidade num grande. Seja português ou não. Paulo Fonseca já deu a volta.

A seguir, o FC Porto.

Não está no ADN do FC Porto falhar em momentos decisivos, embora os últimos anos tenham-no mostrado com alguma frequência. Depender de si na última jornada da Liga dos Campeões é, no Dragão, tal como era nas Antas, prenúncio de que a equipa vai corresponder. À sua frente, um campeão francês debilitado, em reconstrução, já sem objetivos e com algumas estreias, mas que em nada dilui a competência dos portistas. Os oitavos de final estão garantidos com todo o mérito por um FC Porto à-Porto. 

O destino dos monegascos começou a ser traçado precisamente pelo FC Porto, no Principado. Além de complicar a vida dos franceses, que ficaram com um ponto em dois jogos, anulou de certa forma a derrota perante o melhor Besiktas em muitos anos, e catapultou a equipa azul e branca para a recuperação na competição.

Depois de três empates seguidos, e com o nulo no clássico, o FC Porto voltou a saber responder da melhor forma. Se para o Benfica a Liga dos Campeões tem servido um pouco como kryptonite, os portistas têm-na usado como elixir para o que se segue. Para já, um dos primeiros objetivos da época está garantido, e com brilhantismo.

Depois, Cristiano Ronaldo.

A época do Real Madrid e do próprio Ronaldo não está a ser fácil, mas o português tem conseguido manter a relação com o golo na Liga dos Campeões. Marcou mais um, e bem bom por sinal, frente ao Dortmund, e tornou-se o primeiro a faturar em todas as jornadas da fase de grupos.

A Bola de Ouro da France Football parece que não lhe irá fugir, e com toda a justiça.

Por fim, o Sporting.

Já o escrevi e disse antes, o Sporting foi eliminado da Liga dos Campeões, garantindo a passagem à Liga Europa como cabeça de série, e não pode haver outro sentimento do que o de missão cumprida. Ter lutado até à última jornada é, só por si, um feito de assinalar.

Se a nível europeu, num grupo de grande dificuldade, a vitória é inevitavelmente moral, Jorge Jesus pode extrair dos resultados a confirmação da qualidade do grupo e direcioná-la não só para a segunda prova da UEFA, mas ainda para um campeonato que está praticamente obrigado a conquistar, depois de tantas apostas feitas.

Em primeiro na classificação da Liga, com a possibilidade de chegar longe na Liga Europa e nas taças nacionais, a época continua em velocidade de cruzeiro para os lados de Alvalade. Bons sinais para o futuro.